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Designer de moda vai criar em 3D com ajuda do cliente

As impressoras 3D prometem revolucionar o mercado da moda e a própria relação com o consumidor.

Mas vão exigir também do designer de moda muita pesquisa sobre materiais, conhecimento dos softwares de edição em 3D e familiaridade com o equipamento, de onde sairão roupas e acessórios.

Julia Moraes/Folhapress
23 de setembro de 2016, especial sobre profissões: Na foto Renata Portelada. (JULIA MORAES/ FOLHASP) ESPECIAL
Arquiteta Renata Portelada, 27

A produção por demanda, apenas quando o consumidor adquirir uma peça, deve reduzir as atividades ligadas à cadeia produtiva, diz Lorena Borja, consultora de tendências e professora do curso livre de "coolhunting", espécie de caça-tendências, na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado). "Funções relacionadas à criação serão mais valorizadas."

Um aspecto que o criador terá de considerar é a possibilidade de o cliente modificar a roupa a seu gosto, já que a peça estará num arquivo de computador. "Será trabalho de cocriação, em que o designer idealiza um projeto num espaço, mas ele é finalizado por outra pessoa, em outro lugar", diz Maria Carolina Garcia, coordenadora do curso de design de moda do Centro Universitário Belas Artes.

Quesitos como o custo da produção e o tempo da impressão -hoje 20 vezes maior que o convencional- são desafios que o setor enfrenta. Ainda assim, o interesse pelo ramo só tem crescido.

Prova disso é o aumento de convites para dar palestras recebidos pela arquiteta Renata Portelada, 27. Ela é consultora em softwares de edição 3D, alguns deles voltados à criação de vestimentas e joias. "Há quatro anos, ninguém sabia o que eram essas impressoras. Agora todo mundo quer mexer com isso."

Beatriz Barbosa, 20, está nessa turma. Aluna de design de moda do Centro Universitário Belas Artes, pretende vender joias impressas em 3D por encomenda. "Os modelos simples poderão ser impressos em casa pelo cliente, e os mais complexos eu mesma produzirei", planeja.

Julia Moraes/Folhapress
23 de setembro de 2016, especial sobre profissões: Na foto Beatriz Azevedo
Beatriz Barbosa, 20, aluna de moda do Centro Universitário Belas Artes

Outra área em evidência na moda é a das tecnologias vestíveis, como pulseiras que medem desempenho em atividades físicas. Para atuar no setor, é preciso um diálogo constante com a área de inovação tecnológica.

A confecção Malwee tem um grupo dedicado ao segmento, que atua com os profissionais de criação, desenvolvimento e estilo. "As equipes precisam estar voltadas a entender a inovação e a melhor forma de aplicar e vender o conceito", diz Felipe Pivatelli, 45, diretor de marcas, varejo e estilo da empresa.

O professor Guto Marinho, da Faculdade Santa Marcelina, diz que tecnologias mais complexas surgirão. "A questão é como usar esses milhões de informações para formatar um produto que funcione."

Julia Moraes/Folhapress
23 de setembro de 2016, especial sobre profissões: Na foto Guto Marinho.
Guto Marinho, professor da Faculdade Santa Marcelina

MODA

ONDE ESTUDAR

Centro Universitário Belas Artes, Escola Panamericana, Faap, FASM, FMU, Unip, Universidade Anhembi Morumbi e Senac-SP

DURAÇÃO DO CURSO

De 2 a 4 anos
 
O QUE FAZ

Cria, pesquisa, produz e comercializa vestuário e acessórios. Acompanha as tendências do mercado e analisa o comportamento dos consumidores. Como gestor, cuida das estratégias de marketing e da promoção
de vendas
 
SALÁRIO INICIAL

R$ 1.100 a R$ 2.200
 
PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS

Ter ao menos uma especialização na área e ser capaz de interagir com os outros setores da empresa, como o de produção ou de inovação. Também é importante conhecer as tendências de mercado e ter familiaridade com novas tecnologias
 
ONDE HÁ VAGAS

Empresas de confecção de tecnologias vestíveis, aparelhos eletrônicos para serem usados como roupas e acessórios
 
VISÃO DE QUEM FAZ

"Trabalhar com tecnologias vestíveis exige observar como o consumidor realiza suas tarefas diárias para criar formas que facilitem a vida e tenham um design aprazível e ergonômico", Lorena Borja, consultora
de tendências e professora de "coolhunting" da Faap

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