Quando surgiram no Brasil, há cerca de 30 anos, os programas de MBA eram escassos e se restringiam aos grandes centros. Hoje, 13 mil são ofertados por todo o país. Um crescimento vertiginoso, mas que preocupa: sem avaliação oficial, qual é a qualidade desses cursos?
No Brasil, os MBAs (Master Business Administration) não são avaliados por nenhum órgão governamental. Para oferecê-los, basta que a instituição de ensino superior seja credenciada no MEC (Ministério da Educação).
Não é preciso autorização ou reconhecimento do curso, e os estudantes não são submetidos a nenhuma prova que avalie a qualidade do programa.
Segundo o pesquisador Marcelo Bosh, que estuda essa expansão dos MBAs em sua tese de doutorado, 5 milhões de brasileiros cursaram um programa de especialização de 2000 a 2010.
Em maio deste ano, o CNE (Conselho Nacional de Educação) votou um novo marco regulatório para o lato sensu. A resolução prevê, entre outros pontos, que a oferta de curso de especialização seja submetida à avaliação externa e que a instituição ofertante não possa ter conceito institucional (CI) inferior a 3.
A nota do CI, que vai de 1 a 5, é dada pelo MEC com base nas estruturas física e pedagógica das instituições.
A nova legislação, calcula Bosh, restringiria 70% dos cursos oferecidos hoje.
Encaminhado para homologação do ministro da Educação, o texto foi devolvido ao CNE em 3 de outubro. Em nota, o MEC afirma que "identificou possíveis esclarecimentos a serem feitos quanto ao ordenamento jurídico".
Para os especialistas, o principal agravante da multiplicação dos MBAs é a banalização do próprio conceito original do curso, que é o da formação de executivos na área de gestão.
"O MBA é para o profissional com experiência, que lidera equipes", diz Almir Ferreira de Souza, coordenador da modalidade na FIA (Fundação Instituto de Administração). A instituição não aceita recém-formados.
Mas o menu foi flexibilizado. Antes, os projetos pedagógicos visavam formação de gestores. Hoje há MBAs que se propõem a ensinar o aluno a atuar em decoração de interiores ou a aprofundar conhecimentos em estatística.
A Anamba (Associação Nacional de MBA) criou uma certificação para os MBAs brasileiros a partir de padrões internacionais: carga horária, corpo docente, processo seletivo, currículo e instalações. Hoje, há apenas 16 programas credenciados no país.
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