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Gestores do futuro querem atividades com grande impacto social

Laís Higashi, 25, sempre quis estudar administração, mas nunca pensou em trabalhar em uma empresa privada. "O que eu queria mesmo era fazer algo que gerasse algum impacto social."

Formada no ano passado, ela é a presidente da ONG Litro de Luz, que monta luminárias de LED com garrafa pet e instala em casas e ruas com acesso precário à luz elétrica.

Higashi retrata o novo perfil dos alunos de administração. Eles não almejam mais um cargo em uma multinacional dos setores tradicionais. Agora, desejam uma carreira em start-ups, negócios de tecnologia ou terceiro setor.
Em resposta, as faculdades passaram a incluir temas como impacto social e tecnologia na grade curricular, além de experiências como incubadoras de start-ups.

"O novo aluno de administração é um jovem mais crítico aos formatos tradicionais e que também anseia por mais flexibilidade no trabalho, seja no ambiente descontraído das start-ups, seja nos espaços coletivos de trabalho", diz Graziella Comini, coordenadora do curso de administração da FEA-USP.

A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo criou há quatro anos uma disciplina optativa de empreendedorismo social. No curso, os alunos são levados a comunidades próximas à USP para pensarem em soluções sustentáveis para os problemas da população.

A pedido dos próprios alunos, a faculdade criou também uma optativa em gestão pública, além de rodadas de negócios em que os alunos podem apresentar seus projetos de novos negócios e empresas a entidades parceiras.

"É uma geração mais sintonizada com as novidades tecnológicas e que não quer qualquer trabalho, quer um trabalho que tenha sentido", diz Renato Ferreira, coordenador da graduação de administração da Eaesp-FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).

Para suprir essas demandas, a Eaesp investe em aulas que priorizam experiências práticas, como discutir soluções de casos reais, e o contato com as organizações, com visitas a empresas.

TECNOLOGIA

A FGV criou ainda, em 2015, a GVentures, uma aceleradora de start-ups que funciona dentro da faculdade para maturar os projetos dos estudantes.

Na escola de administração da FGV do Rio, a Ebape, ganharam espaço na grade disciplinas de programação e ciências da computação.

A tecnologia também está presente na graduação de administração do Insper, em São Paulo.

O laboratório de produção do curso, compartilhado com os estudantes de engenharia, é equipado com máquinas de injeção, de corte e impressoras 3D.

"É importante que os alunos conheçam por dentro como é fabricar um produto e como as soluções tecnológicas funcionam", afirma Guilherme Martins, coordenador do curso.

"Não dá para ficar só no campo teórico. O mundo real tem restrições, as ideias não dão certo, e esses profissionais têm que estar verdadeiramente preparados para tomar as melhores decisões, o que é seu grande papel", diz Martins.

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ADMINISTRADOR

O que faz Pensa, analisa e desenvolve produtos, problemas e estratégias dentro de uma organização. Lida com tomadas de decisões, fluxo de caixa, controle de qualidade, gestão de pessoas, estudos de mercado, cadeia de produção e outros

Salário inicial De R$ 2.700 a R$ 5.000

Perfil desejado pelas empresas Facilidade para trabalho em equipe, visão global do negócio, domínio de ferramentas de gestão, familiaridade com tecnologia, capacidade de identificação de problemas

Onde há vagas Organizações privadas, públicas e do terceiro setor de qualquer área

Onde estudar UFMG, FGV, UFRGS, USP, PUC-SP, Insper

Duração do curso De 4 a 5 anos

Visão de quem faz
"É um curso que oferece uma formação ampla, o que nos permite aprender um pouco de tudo. E eu, como empreendedora, quero saber de tudo"

Laís Higashi, 25, presidente da ONG Litro de Luz

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