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Moda da customização chega aos cursos de MBA

Bruno Santos/Folhapress
Bruno de Almeida, 32, do MBA Executivo em Liderança e Gestão da St Paul
Bruno de Almeida, 32, do MBA Executivo em Liderança e Gestão da St Paul

O movimento de customização, presente, por exemplo, nos serviços de streaming de músicas, filmes e séries, como Spotify e Netflix, chegou também aos MBAs.

A explosão das novas tecnologias e da ciência de dados favorece esse movimento, permitindo um alto nível de personalização, segundo Adriano Mussa, diretor acadêmico, de pesquisas e de inteligência artificial da St Paul Escola de Negócios.

"A educação padronizada, uniforme, já ficou para trás. Hoje, os alunos vão buscar o que interessa e se perguntam 'o que eu levo disso para minha empresa?', afirma Leandro José Morilhas, coordenador geral de pós-graduação, pesquisa e extensão da FIA e diretor executivo e de acreditações da Associação Nacional de MBA (Anamba).

"As pessoas assumem uma postura cada vez mais ativa nas escolhas e isso impacta no modo e no conteúdo do que vamos ensinar."

Para atender à demanda, a St Paul lançou neste ano dois novos produtos e serviços.

Um deles é uma plataforma de onlearning chamada LIT, que reúne dezenas de minicursos com 18 horas de duração cada um, oferecida gratuitamente a todos os estudantes de MBA da instituição.

Por meio de inteligência artificial, usando um sistema de perguntas e respostas, a plataforma personaliza o que o aluno vai aprender, eliminando o que ele já conhece e focando as suas necessidades.

"Ao analisar textos de autoria do aluno e aplicar testes de personalidade, a plataforma também detecta a forma como cada um assimila melhor –se é por meio de texto, vídeo, atividades colaborativas etc.– para assim direcionar o conteúdo", diz Mussa.

Ele conta que a LIT está sendo muito usada nos programas de MBA, pois permite que o aluno se prepare pelo meio digital e vá para a aula presencial para o que interessa: debater e interagir.

"Se eu vou ter uma reunião de trabalho sobre um tema que ainda não tive no MBA, por exemplo, eu posso acessar a LIT e chegar mais bem preparado para ela", conta o cientista da computação Bruno Paulino de Almeida, 32, aluno do MBA Executivo em Liderança e Gestão da St Paul.

Coordenador de business intelligence em uma empresa de tecnologia da informação, Bruno já usou o sistema para fazer três minicursos:contabilidade fundamental, planejamento e orçamento e e cenário econômico. Atualmente cursa o quarto, sobre marketing digital.

"Eles ajudam tanto no aproveitamento do MBA como no trabalho. Optei por um dos cursos porque estava com dificuldade na disciplina de economia. E o de marketing digital foi para gerar indicadores alinhados à estratégia da equipe de marketing da empresa", diz Bruno.

Mesmo quem não é aluno da St Paul pode fazer uma assinatura avulsa do LIT. Ao concluir os diferentes cursos de uma área de conhecimento –empreendedorismo, governança, gestão de vendas etc– pode-se completar parte de um MBA pela plataforma.

Outra iniciativa relacionada à personalização dos cursos de MBA que as algumas escolas vêm adotando é o coaching direcionado para competências técnicas e comportamentais específicas do programa, como gestão de equipe, transformação digital e inteligência financeira.

Nos MBAs executivos internacionais da St Paul, desde fevereiro deste ano, para cada um desses temas, o aluno reflete, com a ajuda de um profissional, sobre o que ele já conhece e o que precisa aprender para atingir o seu objetivo profissional.

Iniciativa semelhante tem a FIA. Lá a disciplina "uma agenda para o futuro", ao final do MBA executivo internacional, propõe que o aluno faça um resgate dos conteúdos que viu e das competências que desenvolveu e alinhe tudo isso com o seu plano de carreira, considerando oportunidades e ameaças, e se projete para o futuro.

O curso da FIA permite ainda a escolha de algumas disciplinas, a possibilidade de traçar trilhas de aprendizagem em diferentes áreas, como financeira, sustentabilidade, processos e relações humanas, e a definição do destino da viagem internacional prevista no curso de acordo com a ênfase que o aluno procura", diz Morilhas.

No cursos de pós-MBA –cursos livres de atualização para quem já cursou um MBA, em geral, executivos sêniors– a customização também costuma ser forte e acompanha o plano de carreira de cada um.

Formado em marketing e com dois MBAs tradicionais no currículo, Yuri Trafane, 49, concluiu o pós-MBA na FIA no início de 2018. Sócio e consultor de uma empresa de treinamento de executivos em Campinas, ele procurou o curso para se reciclar e trocar experiências com outros executivos a fim de atualizar seus treinamentos e orientar seu time de consultores.

"A personalização do meu pós-MBA foi total. Montei a grade de disciplinas segundo meus interesses, sugeri a introdução da disciplina gestão de processos e a cursei. Pude escolher meu tutor de acordo com minhas demandas e o currículo dele", conta Yuri.

A Fundação Getulio Vargas (FGV), em seus programas de educação executiva e atualização chamados de C-Level, voltados para líderes empresariais, também oferece possibilidade de personalização. Cada programa tem uma trilha de aprendizado já desenhada, mas o participante pode trocar ou acrescentar módulos de acordo a sua necessidade.

Há cursos de curtíssima duração focados em temas estratégicos do momento, como transformação digital, big data & analytics que podem ser escolhidos independentemente para que o executivo tenha uma visão dos aspectos mais importantes relacionados ao tema para o direcionamento da sua empresa, explica João Lins, diretor executivo da FGV In company.

"A customização acaba atendendo tanto os jovens superconectados, que querem decidir o que vão aprender, como as pessoas mais experientes, que podem ter interesses diversos e bem específicos, desde uma atualização até ascender ao nível estratégico, empreender ou se tornar consultor ou professor", afirma Morilhas.

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