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Jovens buscam programas de MBA para suprir lacunas no currículo

Bruno Santos/Folhapress
Os engenheiros Anderson Pavanello (à esq.), 38, e Bruno Bezerra, 29
Os engenheiros Anderson Pavanello (à esq.), 38, e Bruno Bezerra, 29

A competitividade acirrada no mercado de trabalho faz com que pessoas cada vez mais jovens e, consequentemente, com menos bagagem profissional, lotem os cursos de MBA (Master of Business Administration).

Para se destacar, muitos desses estudantes procuram complementar o currículo com conteúdos interpessoais, buscando capacitações relacionadas a liderança de equipes, negociação e oratória.

No início dos anos 2000, os cursos masters concentravam profissionais experientes, que já ocupavam cargo estratégico em suas empresas e buscavam aprimorar as habilidades de gestão. Atualmente, o MBA é procurado por alunos de perfis variados.

"Guardadas as devidas proporções, o MBA é como uma graduação. Antigamente era um grande diferencial, mas hoje é algo obrigatório para a boa colocação no mercado", diz Leandro Morilhas, diretor-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA).

Morilhas conta que, em 2005, os alunos do MBA no Brasil tinham entre 45 e 50 anos. Hoje eles são mais novos: têm de 32 a 35 anos. Muitos desses estudantes, afirma, procuram o curso poucos anos após se graduarem para suprir eventuais lacunas na formação.

De acordo com Antônio André Neto, coordenador do MBA em gestão estratégica e econômica de negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas), o perfil hierárquico de quem busca o MBA mudou.

Na década de 1980, quando o programa surgiu, apenas altos executivos procuravam o curso. Alguns anos depois, esses executivos passaram a indicá-lo aos subordinados mais próximos, e assim por diante.

De acordo com Neto, as instituições perceberam o aumento da demanda e passaram a oferecer cursos de MBA para atender faixas de público diferentes. Hoje os preços variam de R$ 6.000 a R$ 85 mil.

Alunos mais jovens são os que mais investem do próprio bolso para se aprimorar na carreira.

"O profissional júnior tende a ir para um curso mais barato. Os cursos mais caros costumam atender pessoas que já têm posições importantes dentro da empresa", diz Neto.

Se antes as empresas pagavam os cursos para os funcionários, hoje, segundo gestores de MBA, na maioria das vezes é o estudante quem gerencia e investe na própria carreira.

O engenheiro mecânico Bruno Bezerra, 29, cursou o MBA quatro anos após a graduação. Ele optou por uma modalidade internacional, que integra gestores com experiência em vários países, para aliar o aprendizado técnico ao contato com novas culturas e ampliar a sua rede de network. O esforço foi reconhecido pela empresa em que trabalha, que o promoveu e bancou 50% do seu master.

"Sem o MBA levaria muito mais tempo para atingir meus objetivos", afirma.

A mudança de perfil dos alunos é acompanhada pelo avanço da tecnologia, que leva os professores a adaptar a maneira de dar aula. Hoje, segundo Neto, muitos jovens que cursam o MBA têm olhar empreendedor.

O engenheiro de sistemas Anderson Diogenes Pavanello, 38, pagou o MBA do próprio bolso aos 33 anos para crescer na empresa onde trabalhava.

Durante o curso, ele teve auxílio de plataforma online com conteúdos complementares para desenvolver o projeto de um site de atendimento ao cliente na contabilidade. O negócio cresceu, e hoje Pavanello se dedica exclusivamente a sua empresa, que oferece ferramentas para gestão fiscal, contábil e de departamento pessoal.

"O MBA me trouxe a bagagem necessária e a coragem para empreender", diz.

Modalidade dos curso de pós-graduação

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