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Imóveis mais espaçosos no Campo Belo são raros e disputados

Apartamentos grandes são exceção no Campo Belo (zona sul), bairro que foi dominado, nos últimos três anos, por imóveis compactos. Quase 80% das unidades novas na região têm um dormitório, e só 7,4% possuem quatro quartos ou mais, segundo dados da VivaReal-Geoimovel.

Dos poucos grandalhões, restam apenas 20 unidades -a maioria foi vendida. Uma das compradoras foi a empresária Lucia Helena Kiso, 61, que vai deixar o Brooklin, também na zona sul, para viver em um dos 19 apartamentos do Tom 1102, da construtora SKR. O edifício tem imóveis de 220 m², 271 m² e 377 m², com quatro dormitórios, quatro ou cinco vagas na garagem e depósito privativo.

"Estamos saindo de um imóvel de 110 m² para outro com o dobro do tamanho. Queríamos mais espaço porque gostamos de receber os netos e temos cachorros."

Para ela, o que pesou na escolha do lugar foi o custo-benefício. "O Campo Belo é tranquilo e tem tudo na medida certa: a locomoção é fácil, além do preço ser mais em conta do que em bairros como o Jardim Paulistano", diz.

Ricardo Yazbek, vice-presidente de assuntos legislativos do Secovi-SP (sindicato do setor), diz que incorporadoras também são atraídas pelo mesmo motivo.

"O bairro é perto do polo empresarial e financeiro das avenidas Chucri Zaidan e Berrini, tem infraestrutura de comércio e serviços e, com a linha 5-lilás do Metrô, vai ficar bem servido de transporte."

Além da metragem generosa, esses imóveis grandões têm em comum o fato de estarem em empreendimentos de alto padrão que oferecem áreas de lazer completa, com piscina infantil e adulta, playground, churrasqueira, espaço gourmet e salões de festa.

"O público desses empreendimentos é formado por jovens casais com filhos. Diferentemente dos compradores de compactos, que muitas vezes são investidores, eles querem um lugar para morar por um bom tempo", diz Marcelo Dzik, da construtora Even.

De olho nesta procura, a incorporadora lançará em breve o LOAA Campo Belo, na rua Doutor Jesuíno Maciel. O edifício terá apartamentos de 100 m² e 147 m².

Mais espaçoso, o Quartier Campo Belo deve ser entregue pela Teixeira Duarte em novembro, com unidades de 108 m² a 280 m², com três e quatro quartos, por, em média, R$ 12.900 o metro quadrado.

USADOS

A oferta de imóveis espaçosos também não é muito generosa entre os usados. "O Campo Belo é um bairro com verticalização baixa, com taxa de 47,3%, e a oferta de imóveis não é tão vasta como vemos em outros bairros como a Vila Mariana", diz Rafael Fiorotto, diretor comercial do portal imobiliário VivaReal.

A construção de prédios na região se deu principalmente nos últimos dez anos, com a Operação Urbana Água Espraiada. As incorporadoras dizem que o número escasso de lançamentos tem a ver com a dificuldade em encontrar terrenos disponíveis no bairro, que tem zonas de uso estritamente residencial.

Neide Tisuko Amanai, 79, viu de perto a verticalização do lugar. Dona de uma floricultura na rua Vieira de Morais, ela mora e trabalha no Campo Belo há 50 anos. "Hoje vejo prédios por todos os lados e não era assim", diz. Ela afirma que recebe muitas ofertas pela sua casa. "Não vendo de jeito nenhum."

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