Com a disponibilidade de terrenos no Brooklin Novo quase saturada, as construtoras têm explorado outra área do bairro: a Vila Cordeiro, que fica entre as avenidas Morumbi e Jornalista Roberto Marinho (zona sul).
A proximidade de empresas multinacionais e a facilidade de conexão com outros pontos da capital ajudam.
Sergio Hoffmann, diretor-executivo da imobiliária Único Imóveis, diz que a região está na rota natural de expansão do bairro. Segundo ele, os novos edifícios têm padrão semelhante ao dos prédios do Brooklin Novo, com arquitetura moderna e áreas comuns. A diferença está no tamanho dos imóveis.
"Há muitos apartamentos no Brooklin de 200 m², 300 m². O padrão na Vila Cordeiro é de 40 m² a 80 m²."
A infraestrutura das áreas comuns, no entanto, é parecida. Quase todos os prédios têm academia, bicicletário, brinquedoteca, piscina e churrasqueira. O Casaviva, da BKO, tem uma área especial para animais de estimação, e o Splendor Brooklin, da Eztec, tem uma sala de pilates.
Alexandre Lafer, executivo-chefe da incorporadora Vitacon, diz que a decisão de construir apartamentos menores tem a ver com o estilo de vida do público-alvo —em sua maioria, executivos que trabalham nas empresas próximas da Vila Cordeiro.
"São pessoas que buscam uma solução prática para a vida urbana. Querem estar próximas do local de trabalho e viver em uma unidade dotada de serviços."
Na mesma linha, Iolanda Oliveira, gerente de marketing da incorporadora You,Inc, diz que os moradores desses novos edifícios querem "ter toda a infraestrutura necessária por perto a fim de ganhar tempo."
Bruno Santos/Folhapress | ||
O casal de moradores Jorge Wilker e Kelly Cataldo, em seu imóvel no Brooklin |
Os preparadores físicos Jorge Willer e Kelly Cataldo moram em um dos novos condomínios da Vila Cordeiro e encontraram na região um filão para sua atividade. O casal veio do Rio e se fixou há três meses no Brooklin.
Kelly diz que espaços como a academia e a área gourmet foram importantes ao decidir morar na Vila Cordeiro, já que são úteis para seu trabalho. Para Willer, a proximidade de grandes prédios comerciais também foi determinante. "Faço muitas parcerias com empresas", diz.
RESTRIÇÕES
A possibilidade de verticalização da Vila Cordeiro é coibida por regras municipais. O Plano Diretor Estratégico de São Paulo prevê que a construção de edifícios se limite às adjacências das avenidas Jornalista Roberto Marinho, Morumbi, Santo Amaro e das Nações Unidas. O objetivo é preservar um miolo composto só por casas.
Marcos Metana, presidente da associação de moradores da Vila Cordeiro, diz que a regra agrada antigos e novos moradores. "Quem mora nos prédios quer manter a vista que as casas proporcionam", afirma.
Na opinião dele, os novos empreendimentos pioraram o trânsito do lugar. Por outro lado, aumentaram a sensação de segurança nas ruas do bairro graças à presença dos vigilantes dos prédios.