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Casa Cor 2017

Jovens arquitetos exibem projetos sustentáveis e com móveis multiúso

Entrar para o seleto time de arquitetos e designers da Casa Cor, especialmente quando jovem, não é fácil. Dos 105 participantes da mostra deste ano, apenas 14 são estreantes no evento e 35 têm menos de 30 anos. Mas, segundo os organizadores, o investimento em novos talentos tem sido cada vez maior.

"Os grandes nomes enriquecem a mostra, mas é importante renovar o elenco de participantes de tempos em tempos para refletir as novidades do mercado", afirma Livia Pedreira, diretora da Casa Cor. No ano passado, foram nove estreantes.

O mais jovem da nova safra é o estudante de arquitetura Lucas Coelho, 18. Natural de Osasco, na Grande São Paulo, ele ganhou visibilidade e conseguiu um passaporte para participar do evento após vencer um concurso da marca Deca em 2016.

O desafio era projetar um banheiro para um youtuber. Na época, tinha 17 anos e fazia um curso técnico de design de interiores.

Na Casa Cor, o desafio foi outro: criar um lavabo de oito metros quadrados. Ele apostou em tons escuros, grafite na parede e em um grande espelho. Bem "urbano", como definiu o seu primeiro projeto executado.
"Dá para fazer coisas muito criativas em espaços pequenos", diz Coelho, que pretende montar um escritório de arquitetura no futuro.

Foi também um concurso que abriu as portas da Casa Cor para Alan de Carvalho, 25, Ana Dora Buss e Breno da Silveira, ambos de 26.

O trio, que se conheceu na Universidade Federal de Pelotas (RS), teve que elaborar um projeto para um espaço de debates e cursos do evento chamado Café do Saber. Eles concorreram com 90 estudantes e profissionais de arquitetura e design na competição, da Casa Cor, da plataforma Muuving e do Istituto Europeo di Design.

"A ideia foi levar o Jockey para dentro do projeto. Criamos baias metálicas, que lembram as de corrida de cavalos, e pufes que imitam arquibancadas", diz Buss. O espaço tem 116 metros quadrados.

Para ela, deve haver troca entre velha guarda do evento e calouros. "Eles nos transmitem conhecimento, e contribuímos com novidades."

Um dos projetos mais inovadores da mostra, a casa sustentável foi feita por Mariana Crego, 25, que está no evento pela segunda vez. O espaço, de 63 metros quadrados, foi construído com madeira de reflorestamento e ganhou o selo Aqua, concedido pela Fundação Vanzolini a construções ecológicas.

"Não é preciso ser hippie ou esquecer seu estilo para ser sustentável. O importante é ser consciente na escolha dos materiais", diz ela, que se inspirou na Tailândia para decorar o espaço.

Para fazer o projeto, investiu cerca de R$ 600 mil. "Fiz mais pelo sonho, mas sempre esperamos um retorno, direto ou indireto", afirma.

André Bacalov, 26, Kika Mattos, 29, e Marcela Penteado, 27, do TriART Arquitetura, também tiveram de construir uma casa, mas num espaço bem menor, de 38 metros quadrados. Eles criaram um sofá multifuncional, que serve como um banco de jantar, e instalaram um lavatório na parte de trás da cama.

"Para nós, design é ter forma e função. E é tendência, em espaços menores, ter peças com várias funções", diz Bacalov, destacando que só foram usados móveis de designers brasileiros.

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