A zona sul foi escolhida por 32% dos moradores paulistanos como a melhor região para residir em São Paulo, mostra pesquisa do Datafolha.
Em segundo lugar na preferência ficou a zona leste, com 20%, seguida pelo centro (16%), zona norte (14%) e zona oeste (13%).
"Historicamente, a zona sul concentra grande parte dos bairros de alto padrão", diz a professora de arquitetura Eunice Abascal, da Universidade Mackenzie. Ela explica que a renda alta leva edifícios corporativos para a área e que esses, por sua vez, atraem ainda mais infraestrutura, serviços, comércio e outros prédios residenciais, num ciclo virtuoso. "É um eixo de desenvolvimento", diz.
Esse movimento resultou na valorização do metro quadrado dos imóveis da zona sul. De 2008 a 2017, o preço médio do metro quadrado na região saltou de R$ 3.276,03 para R$ 11.047,26, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).
Foi o maior salto entre as cinco regiões da cidade. Em comparação, o metro quadrado dos novos apartamentos da zona leste passou de R$ 2.822,80 para R$ 6.604,13, em média, no mesmo período.
A médica Karina Vince, 34, sempre viveu na zona sul. Nasceu no Jardim da Saúde, foi para Conceição, Planalto Paulista e Saúde. Hoje mora na Chácara Inglesa e não pensa em se mudar por nada.
"Não me imagino morando em outro lugar de jeito nenhum. Se me colocarem na zona leste ou na zona norte, não sei nem o que fazer", diz.
Vince aprendeu a apreciar a zona sul por causa da mãe, a professora Waldair Vince, 55, que também nasceu e cresceu por ali. "Alguns parentes vieram do interior e foram para Mauá (na Grande São Paulo). Meu avô veio para o Ipiranga. Eu agradeço por ter nascido aqui."
Marcelo Justo/Folhapress | ||
Piscina na cobertura do One Eleven, da Helbor, que fica na zona sul |
LAZER
Entre as qualidades da zona sul, Vince aponta as opções de lazer para a filha de três anos. "Sempre vou ao zoológico, ao aquário, ao Jardim Botânico. É tudo por aqui", afirma.
Segundo o Datafolha, 30% dos paulistanos consideram a zona sul também como a melhor região da cidade em opções de lazer.
Lá fica o parque Ibirapuera, que concentra alguns dos empreendimentos mais luxuosos de São Paulo. Um deles é o Curitiba 381, da incorporadora Tegra, no Paraíso, que deve ser entregue em 2019. Os 15 apartamentos, com áreas entre 332 e 719 metros quadrados e até cinco suítes custam a partir de R$ 9 milhões -sete já foram vendidos.
Segundo João Mendes, diretor da Tegra, a localização privilegiada, a poucos metros do parque, e a escassez de lançamentos na área são as principais justificativas para o preço elevado.
Perto dali, na Vila Nova Conceição, a Setin lançou o JL Life by Design, com 18 unidades e áreas entre 247 e 439 metros quadrados. O custo médio é de R$ 22 mil o metro quadrado e a entrega está prevista para 2019.
No mês que vem, a Setin lança um prédio na rua Suzano, nas imediações do parque. Serão 14 apartamentos entre 216 e 328 metros quadrados."É para quem deseja usar o parque como morador, e não como turista", diz Eduardo Pompeo, diretor de incorporação da Setin.
O Datafolha ouviu 493 pessoas das classes A, B e C de todas as regiões da capital entre os dias 10 e 12 de agosto.