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Jardim Paulista, em São Paulo, inspira autora de livros e novelas

A autora de livros e novelas Thelma Guedes vive uma história antiga com o Jardim Paulista. Foi nesse bairro, na Alameda Lorena, que a carioca morou quando chegou a São Paulo, no início dos anos 1980, para cursar Letras na Universidade de São Paulo. Naquela época, ela se encantou com a região e conta que, apesar do orçamento apertado -ela trabalhava na biblioteca da USP-, não perdia um programa cultural.

"Tive uma sorte incrível ao encontrar aquele apartamento. O dono foi com a minha cara e alugou por um preço bem baixo um imóvel de 90 metros quadrados. Dava para jogar até pingue-pongue no quarto de tão grande que era", lembra. O pequeno prédio foi demolido e deu espaço a uma edificação mais moderna.

Guedes viveu no imóvel da Alameda Lorena por 16 anos. Depois, morou em Perdizes, Alto de Pinheiros e Butantã. Mas há um ano decidiu que voltaria ao Jardim Paulista.

Alberto Rocha/Folhapress
A autora de livros e novelas Thelma Guedes, no parque Trianon
A autora de livros e novelas Thelma Guedes, no parque Trianon

Segundo ela, foi um reencontro com suas lembranças depois de 20 anos em outras regiões da cidade. "O meu calçadão é andar pela avenida Paulista, ver as pessoas em um lugar marcado por ser tão democrático, que parece um palco livre a todos os estilos, com artistas de rua que tocam blues, rock pauleira ou música nordestina."

Segundo Guedes, a localização do apartamento, próximo à estação Trianon-Masp do metrô, é outra vantagem. Há alguns anos, a autora decidiu que não dirigiria mais. Assim, o metrô virou um dos seus meios de transporte mais usados. Observadora, ela aproveita as caminhadas pelo bairro para buscar inspiração para o seu trabalho.

"O bairro é ótimo para o meu jeito de trabalhar, em casa. Não gosto de me isolar o tempo todo, a não ser quando tenho de escrever. Mas, quando preciso colher experiências, respirar, saio e vou andar pelo bairro. Às vezes nem preciso sair. À noite, olho da janela do meu quarto, no 13º andar, e sinto como a cidade pulsa. De um lado, o prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Paulista. Do outro, prédios como o que abriga o escritório do Ministério da Agricultura. Parece que estou vendo uma cena do "Blade Runner", conta. O filme, uma ficção científica, se passa em 2049 e mostra megalópoles ultra povoadas e com anúncios publicitários projetados nas fachadas de grandes prédios.

Apaixonada por programas culturais, Thelma aproveita sempre que pode as salas de cinema e os teatros na região. "A vida cultural aqui é intensa. E se quero ir para outros lugares, como rua Augusta, praça Roosevelt ou praça Benedito Calixto, também é muito fácil", diz a autora.

O hábito de correr para o cinema sempre que pode é o mesmo dos tempos em que morava na Alameda Lorena. Thelma conta que tirava férias do trabalho durante o período da Mostra de Cinema, enfrentava longas filas no Masp e no Cine Sesc para assistir o máximo possível da programação especial com filmes de arte. Hoje, diz, é bem diferente. Há muito mais opções de salas de cinema do que da primeira vez em que morou no Jardim Paulista.

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