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zona leste de são paulo

Maior avenida de São Paulo, Sapopemba mostra rumo da zona leste

Desde o século 19, quando se chamava estrada e ligava chácaras ao centro de São Paulo, até virar avenida, a Sapopemba sempre foi protagonista da zona leste.

A nomenclatura foi alterada em junho de 1954 após sanção do então prefeito Jânio Quadros (1917-1992), que dissera considerar "absurdo" denominar a via como estrada, considerando sua importância para o resto da cidade.

A alteração transformou a Sapopemba em recordista imediatamente: é a maior de São Paulo e segunda avenida mais extensa do país.

Considerando a parte em que a via entra na cidade de Mauá, volta a ser estrada e serpenteia por mais 19 quilômetros até terminar em uma praça no município de Ribeirão Pires, tem 45 quilômetros. Só perde para a avenida Brasil, no Rio de Janeiro, com 58 quilômetros.

A mudança de status atraiu negócios novos para a avenida nas décadas seguintes, dando início à modernização.

A via, cujo nome deriva de uma árvore comum na região, a sapopema, passou a dar espaço a novas demandas.

A moradora Maria Leoni, 62, testemunhou essas mudanças. "Quando vim para cá, era uma avenida muito arborizada e cercada por chácaras. Só havia pequenas vendas, uma loja aqui, outra ali", lembra.

"Com a chegada de mais gente, a Sapopemba passou a ter bancos, lojas de eletrodomésticos, calçados e roupas, supermercados e até hospital."

Leoni vive desde menina na Vila Tolstói, bairro que aguarda uma estação do monotrilho prometida para o final deste ano.

A mudança na paisagem também foi observada pela contadora Márcia Nogueira, 45, que passou a vida em Sapopemba. "Sempre foi uma avenida eclética, com templos de todas as religiões."

Com a chegada do monotrilho, a contadora espera "que o transporte ganhe qualidade e que a região seja observada com novos olhos".

Para Renato Cymbalista, 48, arquiteto, urbanista e professor de história do urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, uma estrutura como o monotrilho sempre causa impacto. "Com paradas mais espaçadas, ao contrário do que acontece hoje com o deslocamento por ônibus, ela concentrará o fluxo em pontos específicos da avenida."

As atividades comerciais que dependem de quem usa o transporte coletivo e atualmente pega ônibus, como padarias e pequenos estabelecimentos, por exemplo, deverão se reorganizar.

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