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retomada do mercado

Arquiteto troca de casa e estado civil, só não desapega do seu bairro em SP

Quando decidiu comprar seu apartamento, há quatro anos, o arquiteto Bruno Moraes, 32, tinha uma única exigência: que o imóvel se localizasse no Ipiranga.
Nascido no bairro, ele voltou a morar ali quando retornou de Atibaia (SP) para fazer faculdade. Com os pais no interior, foi morar com a avó.

Um dia, viu um empreendimento da construtora MAC e entrou para conhecer. Em pouco tempo fechou negócio. Comprado na planta, o imóvel de 53 m² custou R$ 380 mil, a serem pagos em 30 anos.

Enquanto o prédio estava sendo erguido, Bruno continuava na casa da avó.

Algum tempo depois, sua decisão de permanecer no bairro se provou acertada. Ao executar um projeto no escritório da Volkswagen, ele conheceu Danielle. Começaram a namorar e descobriram que moravam na mesma rua e que não queriam deixar o bairro.

O casamento foi em fevereiro do ano passado. Quando desembarcaram da lua de mel, vindos de Cancún, foram direto para o apartamento, já todo reformado para melhor aproveitar o pouco espaço.

Foram duas obras principais. A primeira foi a retirada da porta da varanda, que é envidraçada, para integrá-la à sala, formando um só ambiente.

A segunda foi mais trabalhosa. O quarto menor foi eliminado. No lugar da parede em drywall foi erguida uma meia parede em cobogós (elementos vazados), que deu sensação visual de amplidão à sala e ao mesmo tempo criou um cantinho onde ficam o bar, a vitrola e o violão.

Antes de conhecer Danielle, Bruno já queria eliminar o quarto. Mas faria ali seu escritório. O cantinho de trabalho virou então cantinho de lazer.

Entre as obras menores, a mais significativa foi na cozinha, que tem uma parte avançando sobre a sala, exatamente a parte onde ficava a pia.

O casal gosta de receber amigos e cozinhar, mas o fogão ficava no meio da cozinha, longe do vão que a une à sala. "Inverti então o local da pia com o do fogão, assim, mesmo não sendo uma cozinha americana, posso conversar com as pessoas que estão na sala enquanto cozinho", diz Bruno.

Uma grande sacada foi em relação ao armário do quarto que foi integrado à sala.

Sem uma intervenção, as duas portas ficariam de cara para a sala. A solução foi instalar um painel de madeira, que vai do piso ao teto e cobre, além das duas portas do armário, também a porta que dá para a suíte. Quem entra no apartamento não percebe onde está a entrada para a suíte.

Por toda a casa, uma tinta dá a impressão de que o teto é feito em cimento queimado.

Um detalhe no mobiliário também chama a atenção de quem visita o apartamento.

Bruno mandou fazer uma estrutura em vergalhão onde encaixa módulos de madeira feitos sob medida. Abertos, como nichos, ou fechados, como gavetas, são intercambiáveis, permitindo uma variedade infinita de paginações.

Só a reforma ficou em R$ 40 mil. Mas Bruno gastou bastante com marcenaria. Contando esses gastos e a mobília, o valor chega aos R$ 100 mil.

"Como sou arquiteto, queria fazer tudo com muito carinho na minha casa. Se não, é como se você chegasse ao consultório de um dentista e descobrisse que ele é banguela", brinca, rindo, com os dentes à mostra.

O apartamento está do jeito que o casal queria. Mas e quando vierem os filhos?

"A gente planeja o primeiro filho para daqui a um ano. Aí, ou recolocamos a parede do quarto, ou buscamos um apartamento maior. Mas sempre no Ipiranga", diz Bruno.

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