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Zona sul é a região que mais cresce em São Paulo, sem sinais de esgotamento

A zona sul foi a campeã em lançamentos imobiliários em 2018, com 9.222 unidades novas, um crescimento de quase 50% na comparação com o ano anterior, segundo dados do Secovi-SP (sindicato da habitação).

O fenômeno está diretamente relacionado à retomada do mercado imobiliário voltado para as classes média e alta, segundo o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

"Durante a crise, o mercado paulistano sobreviveu às custas dos empreendimentos populares na zona oeste, financiados pelo Minha Casa Minha Vida", explica. "Agora, as incorporadoras estão retomando lançamentos para os segmentos represados, de médio e alto padrão."

Mudanças implementadas pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, de 2014, ajudaram a turbinar os lançamentos na zona sul. Os maiores beneficiados foram os bairros por onde passam grandes eixos de transporte público, como o metrô e o corredor de ônibus Santo Amaro/Nove de Julho.

"Esses terrenos tornaram-se atraentes para os incorporadores porque conquistaram um potencial construtivo muito maior. É neles que vemos a concentração de empreendimentos com apartamentos menores", explica o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando Chucre.

O potencial da zona sul, indica o secretário, está longe de se esgotar. "A região ainda tem muito potencial de crescimento. Vemos pequenas áreas muito adensadas e verticalizadas, como Brooklin e Moema, mas também há bairros inteiros unifamiliares e horizontais."

Entre esses espaços, desponta a Vila Andrade. Foi esse bairro que a MRV escolheu para implantar dois lançamentos no ano passado –o San Donato e o San Vincenzo.

Juntos, os empreendimentos totalizam 432 unidades de um ou dois dormitórios, dentro do programa Minha Casa Minha Vida.

"A zona sul sempre esteve nos planos da MRV. Para nosso segmento, também há ótimas oportunidades no Morumbi, em Interlagos, no Campo Limpo e no Cursino", afirma Rodrigo Pereira, gestor comercial da empresa.

A Even, por sua vez, mira nos públicos de médio e alto padrão, mas o perfil dos lançamentos muda bastante.

"Há demanda para todos os tipos de imóveis. Enquanto a procura por apartamentos maiores se dá principalmente no Campo Belo, por exemplo, o mercado mais jovem e os investidores preferem unidades compactas", afirma Marcelo Dzik, diretor comercial da Even.

Do primeiro grupo, faz parte o Loaa Campo Belo, com unidades de três e quatro dormitórios, entre 100 e 147 metros quadrados. Com preço a partir de R$ 1,6 milhão, 80% do empreendimento já foi vendido.

Na outra ponta está o Rios Miguel Yunes, no bairro de Campo Grande. As unidades de dois e três quartos têm, no máximo, 58 metros quadrados e preços a partir de R$ 362 mil.

Nos próximos anos, Dzik espera que as atenções das incorporadoras se voltem para os bairros que acompanham a linha 5 lilás do metrô, como o Alto da Boa Vista e a Chácara Santo Antônio.

"A região no entorno da avenida Doutor Chucri Zaidan já se consolida como um importante eixo de negócios. E, sempre que grandes empresas ocupam esses espaços, a demanda por lançamentos residenciais aumenta", afirma o diretor comercial.

O analista Reinaldo Fincatti, do departamento de estudos especiais da consultoria imobiliária Embraesp, vai mais longe em sua previsão. "A meu ver, até a avenida João Dias, na direção de Interlagos, se tornará uma grande mancha de novos empreendimentos. A paisagem, que ainda é horizontal, logo se modificará", afirma.

Campeões em unidades lançadas na zona sul

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