Quem viveu os anos 1970 deve se lembrar: nos cantinhos das salas de estar, a samambaia reinava absoluta. Depois de anos sumida da decoração, ela volta agora a ocupar lugar de destaque no interior das casas e escritórios. Ela e uma série de folhagens, suculentas e plantas pendentes fáceis de cuidar e de efeito visual impactante.
"Esse retorno se dá principalmente por causa de redes sociais como Instagram e Pinterest", afirma a paisagista Catê Poli, de São Paulo. "Os milenials valorizam mais as plantas do que a geração anterior. Como os espaços estão ficando cada vez menores, sem quintais ou jardins, trazer o verde para dentro de casa é um jeito de ficar em contato com a natureza".
O que mudou da era disco para cá é a forma de usar. Em vez de pendurar uma ou duas plantas na sala, o legal é ocupar espaços variados, móveis e até ambientes inusitados.
Caso do lavabo criado pelo escritório Superlimão, que encheu a pia de rhipsalis. "A ideia é ótima. Ela é fácil de cuidar, e o lavabo tem uma janela, o que garante a iluminação mínima necessária", avalia Catê.
Nas estantes, livros e porta-retratos dividem espaço com plantas pendentes. "A jiboia é uma das mais indicadas para esses nichos: exigem pouca poda, pouca rega, e a gente vê ela se desenvolvendo. Só não pode exagerar na água", ensina a paisagista Marianne Ramos, de São Paulo.
Os jardins verticais também estão em alta, mas não são a opção mais prática ou econômica. "O painel exige investimento inicial alto, porque usa de 16 a 26 plantas por metro quadrado", diz Catê.
É preciso um sistema de irrigação, dreno, impermeabilização da parede na qual o jardim vai ser colocado e manutenção constante. A cada seis meses, cerca de 20% das plantas devem ser trocadas.
Existem versões chamadas "perservadas", feitas com as plantas reais secas e repintadas. "É melhor do que as de plástico, mas pra mim é como ter em casa um bicho empalhado", diz Catê. "Não faz sentido."
Antes de colocar qualquer tipo de planta viva dentro de casa, apartamento ou escritório, é preciso verificar a ventilação e a iluminação. Quanto mais luz, direta ou indireta, maior a gama de opções.
Outro ponto importante é avaliar a rotina dos moradores e a disponibilidade para fazer a manutenção básica.
As samambaias, por exemplo, precisam de mais cuidados que pacová, jiboia e suculentas. Para que ela se desenvolva bem, Marianne sugere um banho de água e de sol a cada 15 dias.
"Tem que levar pra passear na lavanderia, dar um banho debaixo da torneira e deixar escorrer completamente no tanque, aproveitando a luminosidade por algumas horas antes de levar de volta", diz.
Marianne indica plantas para todos os ambientes, mesmo os quartos. O único senão é o hall do elevador. "É um local para onde os clientes sempre pedem plantas, mas lá nem a zâmia, que aguenta extremos, resiste por muito tempo".