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Novo 'quase jipinho' da Honda, WR-V é testado em viagem de 1.100 km

Na saída do estacionamento, o GPS calculava 1.100 km entre Foz do Iguaçu e São Paulo. Seria pouco mais de uma hora a bordo de um avião. Mas este é o primeiro teste de longa duração do Honda WR-V, e as 12 horas de viagem trazem questões.

Qual seria o consumo desse compacto com ares de jipinho? A ergonomia pouparia o cansaço físico? O motor 1.5 flex (116 cv) daria conta das ultrapassagens? Um Fit mais alto faz sentido? O público vai pagar R$ 79,4 mil por ele?

Logo no começo da jornada, o WR-V ignora as irregularidades do piso: buracos, valetas e desníveis são amenizados pela suspensão robusta. Se o WR-V tem um propósito, é avançar sobre os infinitos pisos danificados sem maltratar os ocupantes.

O comportamento é a comprovação de que a equipe brasileira de engenharia soube transformar o Fit -carro que serviu de base para o projeto- em um veículo mais adequado ao Brasil profundo.
Na estrada, surge a segunda conclusão: o motor 1.5 já teve seu brilho, mas hoje precisa de atualização.

Como boa parte do trajeto é por vias de mão dupla, é preciso calcular bem o momento certo de ultrapassar os caminhões. Na hora de pisar fundo para concluir a manobra com segurança, nota-se a falta de potência e as limitações do câmbio automático do tipo CVT.

O consumo do WR-V decepcionou nessa primeira impressão, com média rodoviária de 9 km/l com etanol. Contudo, é preciso dar um desconto à Honda: o carro caiu na estrada praticamente zero-quilômetro, e as variações de trânsito prejudicam as medições. O tira-teima será feito no teste Folha-Mauá.

SOBE O SOM

Itens de conforto ajudaram a vencer os mais de 1.000 km. O equipamento de som tem conexão USB e bluetooth, além de oferecer a navegação por GPS. O volume se adapta à velocidade, o que evita distrações com regulagens.

Apesar de não ser um carro ideal para longas viagens, o WR-V provou ter boa ergonomia. O cansaço de um dia inteiro ao volante foi amenizado pelos bancos largos, de boa densidade.

Mas foi no ritmo mais lento da cidade -onde o motor não faz tanta diferença-, que o Honda mostrou mais qualidades. A direção não exige esforço nas manobras, e as dimensões do carro facilitam a vida ao estacionar.

Isso não prejudica o espaço interno: por ter a arquitetura do Fit, cinco adultos conseguem se acomodar dignamente no WR-V, todos protegidos por cintos de três pontos e seis airbags.

Ao fim dos 1.100 km, o WR-V deixou a impressão de ser um promissor campeão de vendas por atender o que o consumidor espera de um utilitário compacto, embora não seja de fato um.

Contudo, quem deseja um veículo para o uso na estrada tem outras opções interessantes nessa faixa de preço, como o Hyundai 1.6 e o Peugeot 2008 Allure, ambos com motor 1.6 flex e versões a partir de R$ 73 mil.

HONDA WR-V EXL

MOTOR Dianteiro, flex, transversal, 1.497 cm³
POTÊNCIA 116 cv (e) 115 cv (g) a 6.000 rpm
TORQUE 15,3 kgfm (e) e 15,2 kgfm (g) a 4.800 rpm
CÂMBIO automático tipo CVT, de sete marchas
PORTA-MALAS 363 litros
PESO 1.130 kg
PNEUS 195/60 R16
ACELERAÇÃO (0 a 100 km/h) 11,5s (e) e 12,2s (g)
RETOMADA 8,3s (e) e 8,7s (g)
CONSUMO URBANO 8,6 km/l (e) e 11,5 km/l (g)
CONSUMO RODOVIÁRIO 12,8 km/l (e) e 16,6 km/l (g)
PREÇO R$ 83,4 mil

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