Qual gasolina escolher: comum, aditivada ou premium? E o óleo, é preciso mesmo completar? Essas e outras dúvidas surgem na hora de abastecer o veículo e podem resultar em gastos desnecessários ou prejuízos ao carro.
O uso de combustível aditivado é benéfico para o automóvel, mas não indispensável, de acordo com Rogério Gonçalves, diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva). Os compostos mais utilizados são os detergentes dispersantes, que reduzem o acúmulo de impurezas no sistema de alimentação do motor.
Já a gasolina premium só é indicada para veículos de alta performance, que rendem mais ao usar um combustível desse tipo. "Nos modelos convencionais, a alteração no desempenho é imperceptível", afirma o engenheiro Henrique Pereira, da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros de Mobilidade).
Nos carros flex, geralmente, o que pesa mais na escolha do combustível é o bolso. No mesmo motor, o consumo de álcool é, em média, 30% maior do que o da gasolina.
Para saber com qual dos dois compensa abastecer, há uma conta simples: multiplicar o valor da gasolina por 0,7. Se o resultado der menor que o preço do etanol, vale a pena optar pela gasolina. Se ficar maior, é mais vantajoso escolher o etanol.
O cálculo serve como base, mas não é exato. "Essa relação foi estabelecida quando os primeiros carros flex foram lançados, em 2003. A tecnologia já mudou muito desde então", diz Gilberto Pose, coordenador técnico de combustíveis da Raízen, licenciada da marca Shell.
O ideal, portanto, é que o condutor conheça o consumo do seu veículo, fazendo o teste com os dois combustíveis em situações semelhantes, recomenda Pereira.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
ÁGUA E ÓLEO
Não é indicado que o frentista verifique os níveis de água do radiador e óleo do motor. Segundo Alberto Martinucci, sócio da oficina Motorfast, além de abastecer, o máximo que deve ser feito no posto é completar o reservatório do limpador de para-brisa e calibrar os pneus.
Tanto a água quanto o óleo devem ser vistos com o motor frio, em garagem plana.
Depois do desligamento do carro, o óleo demora pelo menos uma hora para escoar de volta ao reservatório. O risco de fazer a medição no momento errado é adicionar o fluido sem necessidade.
Já o problema de abrir o reservatório de água com o motor ainda quente é criar bolhas de ar no sistema de arrefecimento, dificultando a circulação do líquido.
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Custa menos, consome mais
Exemplos da diferença de gastos entre gasolina e álcool
Divulgação | ||
Nissan Sentra 2.0 SL |
Nissan Sentra 2.0 SL
Consumo médio com gasolina: 13,3 km/l
Consumo médio com etanol: 9,4 km/l
O consumo é 29,3% menor com gasolina
Divulgação | ||
Peugeot 208 GT 1.6 Turbo |
Peugeot 208 GT 1.6 Turbo
Consumo médio com gasolina: 13 km/l
Consumo médio com etanol: 9,4 km/l
O consumo é 27,7% menor com gasolina
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Pode completar
Tire as dúvidas antes de encher o tanque
CARROS FLEX
Posso misturar álcool e gasolina no tanque?
Sim. O sistema é projetado para funcionar com qualquer mistura
É preciso alternar os combustíveis a cada abastecimento?
Não. Aos usuários que só usam gasolina, o engenheiro Henrique Pereira, da SAE Brasil, recomenda o abastecimento com etanol a cada dez tanques, para fazer uma limpeza dos resíduos de gasolina no motor
Álcool tem menos impacto ambiental?
Sim, se considerado seu ciclo completo. O gás carbônico emitido é compensado pela fotossíntese da plantação de cana-de-açúcar
Com qual dos dois combustíveis o carro tem um desempenho melhor?
Os motores, de forma geral, apresentam uma performance um pouco melhor com o etanol
GÁS NATURAL VEICULAR
Vale a pena instalar sistema para uso de GNV?
Só para veículos que rodam muito, como táxis. Atualmente, o custo da instalação do kit está em torno de R$ 4.000, mas o combustível é mais barato. As desvantagens são a perda de espaço no porta-malas, as alterações na suspensão e no comportamento do carro e a rede limitada de abastecimento
Há perda de performance?
Sim. Segundo Pereira, da SAE Brasil, se o carro saísse de fábrica projetado para funcionar a gás, seria muito eficiente. Como hoje se faz uma adaptação, há perda de torque e potência