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Saiba quais cuidados tomar para evitar o superaquecimento do motor do carro

Dona de um Fiat Palio ano 2007, a publicitária Alissa Nani da Fonseca, 28, nunca teve o hábito de fazer a manutenção do veículo.

O carro, compartilhado com a mãe e um funcionário da família, passava de mão em mão sem a atenção devida a itens básicos como troca de óleo, calibragem dos pneus e checagem da água do radiador. "Basicamente a gente só abastecia e torcia para tudo dar certo", diz ela.

Até que o veículo começou a apresentar sinais de superaquecimento. "Notei que o carro estava perdendo potência e parei. Depois não conseguia mais ligá-lo."

O jeito foi recorrer ao seguro, que enviou um guincho. "Foram momentos de tensão que acabaram em um prejuízo de R$ 4.000, para trocar peças do motor, e o carro parado por vários dias", diz.

Apesar de extrema, a situação vivenciada por Alissa é mais comum do que se imagina. O superaquecimento é um dos problemas mais comuns dos veículos, mas pode ser evitado se alguns cuidados forem tomados.
A principal preocupação deve ser a manutenção.

"Qualquer pessoa pode verificar itens básicos, como água do radiador, nível do óleo lubrificante, vazamentos e luzes no painel", diz Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi Brasil/Mapfre (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

O importante é fazer a verificação com o carro frio, desligado há pelo menos 45 minutos, e em terreno plano.

O nível da água do radiador é um dos problemas mais frequentes, principalmente em veículos com mais de cinco anos de uso. A checagem mensal ajuda na prevenção.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 17.07.2017 - Alissa Nani da Fonseca, 28 anos, dona de um Fiat Palio 2007, ela não costumava prestar muita atenção em detalhes da manutenção do veículo. Até que um dia estava andando com o carro em uma região periférica de Maringá (PR) e notou que o termômetro do veículo começou a registrar aumento de temperatura. O carro foi perdendo força, soltando fumaça e simplesmente parou. Ela precisou chamar o seguro, que mandou um guincho e levou o carro direto para oficina. Resultado: R$ 4 mil para arrumar o motor que havia fervido. Atualmente ela mora em São Paulo e ainda tem o carro, mas nesse mês o veículo está em Maringá na casa da família.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, ESPECIAIS)
A publicitária Alissa da Fonseca, 28, em São Paulo (SP)

Se o líquido estiver abaixo do nível indicado no medidor, o motorista pode completar o volume com água.

"É importante ficar atento para ver se o nível não está reduzindo constantemente, porque isso pode significar um vazamento", diz Burin. Quando há rompimento de mangueiras ou problemas no radiador, o ideal é procurar ajuda profissional.

Completar o recipiente apenas com água repetidamente, porém, também pode causar problema. "A água dilui o fluído e o ideal é que haja uma proporção de 50% de cada parte. Por isso, leve o carro a uma oficina se o líquido estiver baixo toda semana", diz o coordenador.

Montadoras recomendam que o fluído seja trocado a cada 30 mil quilômetros.

Fique atento também para não exceder a adição de água, porque a tampa do reservatório tem a capacidade de expulsar o líquido em excesso e isso dilui a solução. Um outro reflexo de água em demasia pode ser o aumento de pressão, o que pode causar problemas nas mangueiras e elevar a temperatura.

No caso do óleo lubrificante do motor, a lógica é a mesma: se o nível estiver baixo, o motorista pode completar com mais fluído, que não precisa ser necessariamente da mesma marca, desde que atenda as determinações do manual do veículo. "Em casos de reincidência da redução, procure uma oficina", diz o especialista.

Se o nível correto de óleo lubrificante -cujo litro custa de R$ 15 a R$ 40- não for mantido, há risco de comprometimento do motor, o que pode acabar em um prejuízo de cerca de R$ 5.000, no caso das peças mais simples.

Até a limpeza do veículo contribui para evitar o superaquecimento.

Com o passar do tempo, a grade de ventilação frontal dos carros pode ficar obstruída por sujeira acumulada, que forma uma película e atrapalha a circulação do ar. Por isso, é aconselhável limpar o local uma vez por mês para facilitar que o ar circule e resfrie o sistema.

Os carros mais novos também requerem cuidado.

Após reduzirem o tamanho dos motores, as montadoras passaram a usar o turbo compressor para manter a potência do veículo.

Com menos espaço para circular e mais pressão, o sistema de compressão do ar pode elevar a temperatura em casos extremos, como de alta aceleração por um longo período ou excesso de bagagem.

"A manutenção é essencial durante toda a vida útil do veículo", diz o engenheiro mecânico Flávio Fonseca.

Temperatura do motor

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