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Wada diz que dívida a oficiais antidoping do país é 'inaceitável' e pode afetar Rio-16

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 12-02-2015 10h36:Palestra para jornalistas da FOLHA com o Dr Marco Aurelio Klein, presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem e responsavel por relatorio entregue ao Ministerio dos Esportes para coibir violencia dar torcidas organizadas (Foto Eduardo Knapp/Folhapress.ESPORTES)
Marco Aurelio Klein, presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, durante palestra

O diretor-geral adjunto da Wada (Agência Mundial Antidoping), Rob Koehler, afirmou que é "inaceitável" que a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) tenha atrasado desde setembro o pagamento a profissionais de controle, como oficiais e escoltas, conforme a Folha revelou na semana passada.

"Isso depõe contra a credibilidade da organização, no caso, a ABCD. Esta compensação para os profissionais é obrigatória, e quando ela atrasa nos preocupa muito", disse Koehler à Folha, por telefone.

O dirigente contou que soube dos atrasos quando esteve no Brasil no mês passado, para reunião relativa aos Jogos Olímpicos. Ele afirmou que oficiais entraram em contato com ele, que logo cobrou a ABCD.

O diretor da Wada disse que o problema é de grande proporção e teme pela realização de testes antidoping na Rio-2016. Durante o evento em si, os exames dentro de competição –e, consequentemente, os oficiais– são custeados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e pelo comitê organizador.

À ABCD, porém, caberá colher amostras em outras cidades e locais pouco distantes das arenas olímpicas. "Eu não acho que vai prejudicar os testes dentro de competição, já que eles estão sob alçada da Rio-2016 e têm uma folha separada de pagamento. Mas o que poderia ser afetado é o controle ao redor do Brasil de países que vão fazer aclimatação antes de se dirigirem para as instalações olímpicas. Isso seria temerário", disse Koehler.

"Eu encorajei os oficiais a me mandarem uma nota, para que possa acompanhar o assunto."

A dívida da agência antidoping nacional com os oficiais está, atualmente, em cerca de R$ 400 mil e boa parte dos agentes deixou de prestar serviços. Segundo a autoridade, o atraso prejudica cerca de 70% dos profissionais já capacitados ou certificados, ou seja, aptos a trabalhar. O débito com um oficial do Rio de Janeiro chega a R$ 35 mil.

Na semana passada, os oficiais insatisfeitos fizeram um abaixo-assinado online para reivindicar o pagamento. Até a tarde desta terça-feira (31), eram 174 signatários no documento.

OUTRO LADO

O secretário nacional para a ABCD, Marco Aurelio Klein, concordou com as opiniões do diretor da Wada. "Ele está absolutamente certo."

Ele disse, porém, que entre esta terça-feira (31) e a próxima sexta-feira (3) será quitado um terço do valor devido aos oficiais, ou seja, cerca de R$ 130 mil. Em entrevista à Folha na semana passada, Klein disse que o cronograma de testes não havia sido prejudicado.

Nesta terça ele participou de uma reunião com alguns líderes da manifestação, em São Paulo. "Além de pedir desculpas pelas dificuldades, destaquei a importância de todos os profissionais que fazem o trabalho de campo da luta contra a dopagem no esporte e assumi o compromisso de zerar todos os atrasados ao longo de junho e entrar em operação normal", concluiu.

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