Publicidade
Publicidade

Húngara que teve naturalização suspensa é cortada da seleção olímpica de esgrima

Divulgação
Emese Takacs, 38, terceira colocada no ranking brasileiro de espada
Emese Takács, 38, húngara que teve a naturalização brasileira suspensa

A atleta húngara Emese Takács, 38, foi oficialmente desligada da delegação olímpica do Brasil nesta quarta-feira (1), devido ao processo na Justiça que indeferiu a sua naturalização.

Assim, a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) fez uma nova convocação para a equipe feminina de espada para os Jogos do Rio.

Entre as três titulares, no lugar de Emese aparece a então primeira reserva Amanda Simeão. Já para a vaga de reserva foi convocada a norte-americana Katherine Miller, que tem pai brasileiro.

Reprodução

A esgrimista húngara havia sido convocada para defender o Brasil nos Jogos do Rio, mas teve sua naturalização suspensa na quarta-feira (11 de maio) por suspeita de fraude.

A AGU (Advocacia Geral da União), ré no processo, apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Paraná, na terça (17) e contestação na sexta (20).

O técnico Giocondo Cabral, autor da ação na 5ª Vara Federal de Curitiba (pedido foi acatado pela juíza Anne Karina Stipp.) e treinador da esgrimista brasileira Amanda Simeão, alegou que Emese conseguiu a cidadania de forma ilegal. O treinador pleiteia a anulação imediata da portaria de 14 de abril de 2015, do Ministério da Justiça, que concedeu a condição de brasileira à húngara.

Para ele, a húngara teria "arranjado" um casamento com o fotógrafo Rafael de França Barreto, em 2013 -os dois têm endereço no Rio.

Ao jornal "O Globo", a avó de Barreto disse que nunca conheceu a atleta europeia. Segundo o advogado de Cabral, Thiago Paiva dos Santos, a húngara nem sequer domina o português.

Na reportagem, Emese negou ter pago por casamento e diz que cumpriu todos os pontos exigidos por lei. Ela afirma que planeja morar com o marido após a Olimpíada do Rio.

Atualmente, a esgrimistas vive em Budapeste, onde manteria relacionamento com Attila Szábo -imagens do Facebook que foram anexadas ao processo e mostram a húngara no que seria a comemoração de dois anos de relacionamento com Szábo, no dia 27 de dezembro de 2013. Nesta data ela já estava casada no Brasil (o que ocorreu em 16 de maio do mesmo ano).

Explica-se: a lei brasileira diz que é necessário residência contínua no país por um ano para obter a naturalização caso seja a pessoa casada com um cidadão brasileiro.

No relatório da Polícia Federal, porém, é apontado que Emese esteve no país por apenas 56 dias no período de um ano que precedeu o pedido de naturalização, feito no dia 11 de março de 2015. Até esta data, ela tinha permanecido no país por 183 dias, diz a PF.

Casos de naturalização em que não há casamento com um ou uma brasileira, o tempo mínimo de permanência no país é de quatro anos.

Assim, dos oito requisitos do Estatuto do Estrangeiro que a esgrimista húngara deveria cumprir para ter a cidadania, ela não cumpriria três: falar português, a residência mínima no país e o casamento.

Em 6 de maio de 2014, a CBE enviou documento às autoridades responsáveis pela naturalização da atleta pedindo celeridade no processo. A informação consta em documento da própria confederação, anexado ao processo.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade