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Brasil quer receber lista de passageiros com 72 horas de antecedência nos Jogos

A Polícia Federal deverá receber, ainda durante os Jogos Olímpicos, com 72 horas de antecedência a lista de passageiros que embarcam no exterior com destino ao Brasil, disse nesta segunda-feira (1) o chefe da Interpol no país, Valdecyr Urquiza Júnior, que também atua como delegado da PF.

Durante a inauguração do centro internacional de cooperação policial da PF que funcionará durante a Olimpíada e a Paraolimpíada , o delegado afirmou que os entendimentos com a Interpol já estão concluídos e o novo procedimento deve entrar em vigor "no curso dos Jogos".

Os nomes dos passageiros serão cruzados com uma listagem internacional de 3.000 pessoas suspeitas de terrorismo e outros 44 mil de crimes de outra natureza.

Atualmente, os nomes dos passageiros são enviados ao Brasil a partir do momento em que o avião inicia os procedimentos de decolagem. Com um prazo maior para pesquisa e checagem, a PF espera poder até mesmo impedir o embarque do passageiro ao Brasil com a comunicação prévia ao país de origem.

Na inauguração do CCPI (Centro de Cooperação Policial Internacional), uma sala com telões e computadores na Superintendência Regional da PF em Brasília, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, disseram que o sistema de cooperação internacional montado pelo Brasil para a Olimpíada é o maior da história do país e da Interpol.

Segundo Daiello, sistema semelhante já foi utilizado para a Copa do Mundo de 2014, "quando já obteve êxito e a segurança foi reconhecida como um dos pontos mais importantes" da competição. Na época participaram 22 policiais de oito países.

A cooperação agora se ampliou. Para os Jogos do Rio serão 250 policiais de 55 países atuando em conjunto com policiais federais brasileiros, que trabalharão 24 horas por dia na checagem e cruzamento de informações sobre cidadãos estrangeiros que estão no Brasil ou se preparando para chegar ao país. Na Olimpíada, haverá 62 policiais estrangeiros em Brasília e 101 no Rio de Janeiro. Os demais policiais chegarão ao Brasil para as Paraolimpíadas.

Editoria de Arte/Folhapress

Os policiais estrangeiros participam do sistema ao checar os nomes de compatriotas diretamente nos bancos de dados de seus países de origem.

O ministro da Justiça informou que também foi acionado para a Olimpíada um novo sistema de coleta e checagem de impressões digitais de todos os passageiros que desembarcam no Brasil. As digitais estão sendo coletadas por aparelho no momento em que o passageiro está na fila de espera do posto de controle de imigração no aeroporto.

Segundo o ministro, o sistema já permitiu identificar, na última quarta-feira (27), um passageiro proveniente de Londres e natural do Qatar contra o qual havia um mandado de prisão expedido no exterior por estelionato. O passageiro foi deportado no mesmo dia, disse o ministro.

Além da checagem dos nomes e documentos dos passageiros e de suas impressões digitais, a PF também utiliza sistema de reconhecimento facial, informou o chefe da Interpol no Brasil. As imagens são coletadas em diversos pontos de circulação, como aeroportos ou arenas esportivas.

Indagado se o Brasil está "100%" preparado para evitar um ataque terrorista durante a Olimpíada, o ministro da Justiça disse que a afirmação é "impossível" de ser feita.

"O Brasil está totalmente preparado como todos os países do mundo que tem a melhor preparação. Nenhum país do mundo, e ninguém pode afirmar que 100% que não ocorrerá um crime, um ato, isso é uma afirmação impossível, seja no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa. O que eu posso afirmar é que nós fizemos a lição de casa. Tudo de mais moderno, tudo que há de integração com outros país, informação e inteligência, nós temos no Brasil. Então nós estamos preparados para qualquer eventualidade", afirmou o ministro.

Segundo o ministro, o sistema de segurança dos Jogos se preocupa basicamente "com dois pontos". O primeiro, "a possibilidade de se prender criminosos internacionais que estejam ainda foragidos e que eventualmente venham ao Brasil".

"E o segundo, até em virtude dos acontecimentos que vêm [sendo registrados], numa sequência no mundo todo, é a troca de informações, maior integração, para que nós possamos captar qualquer possibilidade de atos terroristas", disse Moraes.

Um outro CCPI (Centro de Cooperação Policial Internacional) deverá ser inaugurado nesta terça-feira (2) no Rio de Janeiro.

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