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Polícia investiga dois estrangeiros por venda ilegal de ingressos da Olimpíada

Divulgação
Quadrilha de cambistas é detida com ingressos das Olimpíadas
Quadrilha de cambistas é detida com ingressos das Olimpíadas

A Polícia Civil do Rio investiga a participação de dois outros executivos da britânica THG na venda irregular de ingressos da Olimpíada. Um outro diretor da empresa, o irlandês Kevin James Mallon, 36, foi preso na sexta (5), horas antes da cerimônia da abertura do evento, no Maracanã.

Os policiais descobriram que a THG comprava bilhetes de uma empresa autorizada pelo comitê organizador dos Jogos e cobrava preços superfaturados de clientes VIP's. Junto com os ingressos oferecia um pacote que previa hospedagem e transfer. Toda a operação é proibida pelo comitê da Olimpíada.

Kevin Mallon, segundo a polícia, vendeu, pelo menos, 32 ingressos a US$ 8 mil para a cerimônia de abertura. A venda garantiu algo em torno de R$ 25 mil para a THG. Esses ingressos estavam disponíveis ao público por R$ 1,4 mil.

O desdobramento da investigação tenta, além de descobrir para onde seguiu o dinheiro ganho com a venda dos ingressos, saber se a ação foi obra de um funcionário da empresa ou de todo o grupo. Kevin Mallon, preso no sistema penitenciário do Rio desde o sábado (6), chegou ao país no último dia 21 de julho. Os investigadores afirmam que ele tenha vindo organizar a recepção a turistas estrangeiros ou de outros pontos do Brasil que adquiriram os bilhetes junto à THG.

Os agentes do Nage (Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos), da Polícia Civil do Rio investigam se Marcos Evans, dono da THG, viria ao Rio para a Olimpíada e para acompanhar a venda. A participação dele no esquema é investigada. Um outro diretor, que não teve o nome divulgado, também é investigado por suspeita de participar da venda irregular dos ingressos.

Não é a primeira vez que a THG é alvo de investigação pela Polícia Civil do Rio. Na Copa do Mundo, em 2014, um executivo da empresa, James Simon foi preso por policiais da Delegacia de Atendimento ao Turista. Na ocasião, ele estava com 59 ingressos para jogos da Copa. Simon ficou detido por alguns dias. Seus advogados conseguiram que ele fosse liberado, o que aconteceu dias depois.

A prisão de Mallon resultou, até o momento, na apreensão de 813 ingressos. Foram 32 no dia da cerimônia de abertura e outros 781 em busca e apreensão feita no sábado (6). Na ocasião, os policiais descobriram uma cofre em que ele guardava os bilhetes.

Segundo Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016, 40 pessoas que vendiam ingressos de forma ilegal na porta do Parque Olímpico foram presas no domingo (7).

Havia no local ingressos para a cerimônia de encerramento dos Jogos, além das finais do futebol e do basquete masculino. Todos seriam comercializados em dólar.

"Esse esquema é maior do que o descoberto na Copa do Mundo. Essa empresa só vendia pacotes para clientes VIP's", disse o delegado Ronaldo Oliveira.

A polícia acredita que alguns desses VIPs conseguiram receber os bilhetes antes da ação policial.

"É possível que alguns ingressos já tenham sido entregues. Algumas pessoas possam ter comprado na Inglaterra e receberiam aqui", diz o delegado Ricardo Barboza, que coordenou a investigação.

Tasso Marcelo/AFP
Crachá do irlandês Kevin James Mallon, 36
Crachá do irlandês Kevin James Mallon, 36
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