Um público estimado em 250 mil pessoas passou pelo Boulevard Olímpico no primeiro final de semana dos Jogos Rio-2016.
Segundo a organização, o número dos três primeiros dias (5, 6 e 7) superou a expectativa de 80 mil visitantes por dia.
O sucesso, porém, tem sido caseiro. Isso porque a maior parte dos visitantes eram moradores do Rio, atraídos por novidades como a "pira popular" e a Casa de Portugal, um navio ancorado nas proximidades da Praça Mauá.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
VLT atravessa região do Boulevard Olímpico |
O grande número de pessoas não gerou distúrbios. Era possível caminhar com tranquilidade pelos três quilômetros do complexo de entretenimento.
"O número de opções ajuda a distribuir o público", conta Wilson Brás, 52, que agora planeja visitar cada uma das casas dos países.
Ainda assim, algumas atrações, como a maquete do Rio em blocos de montar e o museu olímpico móvel, tinham longas filas.
Além disso, as composições do VLT também circularam lotadas e os passageiros tiveram dificuldades para embarcar nos trens.
Mais concentrados na zona sul da cidade, os estrangeiros eram raros. Exceção, o australiano Andreas Bishop, aprovou o passeio.
"Ficou muito bonito. E está muito mais organizado e seguro do que imaginei", disse ele, que esteve no Engenhão na última quinta (4) para assistir o jogo de futebol entre Portugal e Argentina.
A reclamação ficou por conta dos preços dos produtos à venda em barracas e food trucks. Bishop contou, inclusive, ter desistido de ir à cerimônia de abertura por causa do ingresso caro.
A percepção dos brasileiros era a mesma. "A festa tá legal, mas o preço é pra turista", disse André Negreiros, 28. Prevenido, ele e os amigos levaram cerveja de casa.
No boulevard, o refrigerante custa R$ 7 e a cerveja, R$ 8. Um lanche custa entre R$ 15 e R$ 30.
"A abertura foi um bom termômetro de organização. Eu tava com medo de tumulto e atentados, mas tudo foi tão organizado que decidi vir olhar de perto", disse a enfermeira Caroline Farias, 34, que já planeja até comprar ingressos para os Jogos.
Equipes de três policiais do programa Centro Presente patrulhavam o local e esquinas do Centro da cidade. Mesmo em vielas menos movimentadas era possível ver os agentes.
MUITA MÚSICA, POUCO ESPORTE
Até o final dos Jogos, o espaço contará com cinco shows por dia. Paralamas do Sucesso, Nação Zumbi, Mart'nália e Elba Ramalho são algumas das atrações.
Além dos shows, haverá uma espécie de Carnaval fora de época: 12 blocos e escolas de samba desfilarão na zona portuária.
Enquanto as agremiações sairão da Orla Conde, na altura da Candelária, os blocos de rua iniciarão o cortejo na frente do restaurante Albamar, na Praça Marechal Âncora.
Os dois grupos se encontrarão na Praça 15, para apresentações conjuntas entre 18h e 20h.
Para acompanhar os Jogos, porém, não existem muitas opções. Além de não haver uma programação de transmissões, todos os seis telões transmitem o mesmo canal.
Procurada, a organização do boulevard explicou que a programação dos telões foi definida por um acordo entre a Globosat, dona do canal, e o Comitê Rio-2016.
Os responsáveis argumentam que isso não configura problema graças à longa extensão do espaço, que acaba fragmentando o público.