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'Brasileiras estão preparadas para chegar ao 3º ouro', diz cubana Mireya Luis

Uma das melhores jogadoras de todos os tempos, se não a melhor, Mireya Luis, 48, está no Rio, onde pode ver a seleção brasileira feminina de vôlei igualar um feito alcançado somente pela seleção cubana da qual ela era um grande destaque.

Em 1992/1996/2000, Cuba conseguiu o até hoje único tricampeonato olímpico da história da modalidade, entre homens e mulheres.

O Brasil tem a chance de conquistar o terceiro ouro seguido neste ano, com as comandadas de José Roberto Guimarães, após os títulos em 2008 e 2012.

Ormuzd Alves - 2.ago.1996/Folhapress
A cubana Mireya Luís em jogo contra o Brasil em 1996
A cubana Mireya Luís em jogo contra o Brasil em 1996

À Folha, Mireya, que está trabalhando nos Jogos Olímpicos como comentarista de vôlei da Fox Sports, afirmou que o Brasil é favorito à medalha de ouro em casa.

A ex-jogadora que voava nos ataques do alto de seu 1,76, porém, não quis fazer comparações entre a equipe que pode ter Fabiana, Sheilla, Jaqueline e Thaísa como tricampeãs com aquela que ela liderava ao lado de Regla Bell e outras cinco atletas com três ouros olímpicos seguidos.

*

FOLHA - Como avalia a seleção brasileira?
MIREYA - Me parece uma equipe fabulosa. Estão em um bom momento. É uma equipe como costumam ser as equipes brasileiras e com um comando muito bom também. O treinador [Zé Roberto] é super experimentado. Elas estão no caminho certo para obter a medalha de ouro olímpica no Rio.

Se o Brasil é favorito, quem deve fazer a final com elas?
Não sei ainda contra quem. Todos os Jogos Olímpicos são difíceis. Elas têm a responsabilidade e a pressão de conquistar a medalha em seu país. Não vai ser fácil. As equipes se preparam muito bem para vir aos Jogos Olímpicos. As russas têm um tamanho enorme, muita estatura e experiencia competitiva extrema. As americanas, como sempre, estão bem preparadas, com pensamento tático muito bem dirigido. As chinesas vem bem também. Assim, para a equipe do Brasil se coroar pela terceira vez, como nós conseguimos, precisam de muita atenção às grandes equipes.

Consegue comparar esta seleção brasileira com a seleção cubana tricampeã olímpica?
Não acredito que tenha algo parecido. Elas estão em ótimo momento, mas têm uma forma de jogar diferente. Podem alcançar o terceiro título. Estão preparadas para chegar na final contra quem quer que seja.

Não quer comparar por que considera o nível técnico diferente?
Seriam três Jogos Olímpicos ganhos também. Mas acho que o vôlei que jogamos não se parece com este. As equipes não se parecem. Não quero falar de nível, mas penso que o vôlei era muito muito forte. Jogava-se com grande nível de ataque, de bloqueio, de defesa. É diferente. Era mais difícil naquela época, seguramente.

Quem desta seleção brasileira jogaria na sua seleção cubana?
Gosto muito da Fabiana. É um muro. Se ela poderia estar no banco de Regla [Torres], pode ser. Ela é muito boa. É um exemplo de jogadora, me encanta como ela se move, tem um nível muito alto. É a maior jogadora da seleção brasileira.

No Brasil lembram muito daquela seleção de Cuba por causa da rivalidade e das brigas com as brasileiras. Isso incomoda?
O momento de se incomodar já passou. Hoje ficou o carinho, a admiração, o respeito que sentimos umas pelas outras. Estou feliz de estar aqui, de recordar os momentos, rever as jogadoras. Há muito respeito porque jogávamos por um objetivo. Foi muito bonita aquela rivalidade com o Brasil.

A seleção feminina de Cuba não se classificou para os Jogos do Rio. Quando voltará a um torneio olímpico?
Penso que em 2020. Seguramente vamos ter uma equipe cubana forte. Não podemos esperar o destino, temos que fazê-lo nós. Há uma geração que está se preparando pouco a pouco para a próxima Olimpíada.

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