Bolt sonha com mais três ouros, mas tem uma obsessão: bater outro recorde. E não é o dos 100 m.

A marca de 9s58 na prova mais rápida do atletismo, obtida no Mundial de Berlim, em 2009, é algo inalcançável neste momento, avalia o jamaicano. Como tem tido sequência de lesões musculares, acha que a explosão necessária para bater a marca seria impossível de conseguir e não evitar uma nova contusão.

Seus rivais na distância têm tempos que não baixam de 9s70, portanto um recorde nesta prova na Rio-2016 seria algo surpreendente.

Nos 200 m, porém, o jamaicano avalia que conseguiria chegar próximo dos 19s, ou até baixar um pouquinho. O recorde mundial, dele e também conquistado em Berlim, em 2009, é de 19s19.

"As contusões atrapalharam um pouco o treinamento, mas, quando você entra na pista, tudo pode acontecer", disse Bolt.

A melhor marca dos 200 m no ano é de LaShawn Merrit, com 19s74. O americano é especialista nos 400 m, prova em que ganhou o ouro em Pequim, em 2008, mas tem treinado bastante os 200 m, analisando haver um vácuo entre participantes competitivos para ganhar também uma medalha nessa prova.

Os treinamentos do time de atletismo da Jamaica são fechados no Rio, portanto não se pôde ver qual o foco de treinamento de Bolt. Mas, nos últimos meses, ele vinha insistindo um pouco mais nos 200 m, segundo relatos da imprensa jamaicana, porque não havia corrido a distância em 2016 e precisava de um marca para conseguir a vaga nos Jogos Olímpicos.

Ele conseguiu isso no dia 22 de julho, na etapa de Londres da Liga Diamante, quando cravou 19s89, ganhou o ouro e se qualificou com o melhor tempo jamaicano na distância na temporada.

Marca, porém, bem distante da que pretende atingir no Rio.