Por muito tempo, Diego Hypolito, 30, foi considerado sinônimo de ginástica masculina no Brasil.
Praticamente fora da Olimpíada do Rio alguns meses antes da competição, ele focou no objetivo de ir aos Jogos. Com os resultados nos treinos e a necessidade de a equipe brasileira de ter um especialista no solo, acabou conquistado a sonhada vaga.
Neste domingo (14), o bicampeão do mundo voltará a disputar uma final na ginástica artística depois de oito anos.
Phil Noble - 28.out.2015/Reuters | ||
Diego Hypolito na apresentação do solo na final por equipe da ginástica masculina |
Na Arena Olímpica do Rio, Diego poderá mostrar que, enfim, como ele mesmo disse na semana que passou, conseguiu superar todos os seus traumas olímpicos.
"Caí de bunda, caí de cara. Mas estou aqui. Há alguns meses nem na Olimpíada estava. Muita gente não acreditava em mim", afirmou o atleta no Rio, depois de se classificar para as finais.
Em Pequim-2008, após se classificar em primeiro lugar no solo, o ginasta foi para a sua primeira decisão olímpica favorito a ganhar a primeira medalha da história da ginástica para o Brasil.
Uma queda, no entanto, na sua apresentação -de bunda- o deixou apenas em sexto lugar na decisão.
Quatro anos depois, em Londres-2012, outra queda, de cara, ainda na fase classificatória. Diego, então, nem conseguiu chegar à final.
"Ralei muito para estar aqui. Fui a três Olimpíadas, não tenho que ter vergonha de nada. Sei o que posso realizar", disse o ginasta, que chorou muito logo depois de terminar sua participação no solo na fase de classificação, no domingo (7).
ZANETTI
Com as quedas de Diego, coube a Arthur Zanetti, nas argolas, ser o primeiro medalhista de ouro da ginástica brasileira, com o triunfo na Olimpíada de Londres-2012. Na segunda-feira (15), o atleta poderá repetir isso, de novo na decisão das argolas.
Os dois, inclusive, passaram a dividir o mesmo treinador, Marcos Goto, na fase final de preparação para os Jogos do Rio-2016.
Diego só faz elogios ao colega da seleção. "Ele merece tudo que ele tem", disse.
Mas o fato de Diego ser um dos pioneiros também ficará na história da ginástica nacional. Ele, que nasceu em São Paulo, mas cresceu no Rio, faz sua última apresentação numa arena olímpica.