Quem não conhece a equipe brasileira pode até imaginar que aqueles dois baixinhos assistindo às atuações dos ginastas são treinadores.
Diego Hypolito e Arthur Zanetti fazem "dupla jornada" nas competições por equipe do Brasil. E na final dos Jogos do Rio não foi diferente.
Os atletas levam a ideia de equipe à risca. Todo mundo ajuda um pouco. E os dois, que têm mais "tempo livre" acabam assumindo outros papeis além de competir.
"Quem está competindo tem que estar totalmente focado. Se você puder ajudar que ele não perca tempo colocando magnésio ou ajustando o aparelho, é importante", afirmou Zanetti, que disputará a final das argolas.
Na barra fixa, ele deu um exemplo de como funciona esse trabalho, encheu as mãos de pó de magnésio, usado para evitar que os atletas escorreguem, e foi erguido pelo treinador Renato Araújo para passá-lo na barra fixa.
Zanetti e Diego são os ginastas que disputam menos aparelhos. Zanetti é especialista nas argolas, e Diego, no solo e no salto. Por isso, ficam "de folga" enquanto os outros três ginastas fazem suas apresentações nos demais aparelhos.
Diego é quem mais fala. A todo momento ele torce, incentiva e dá conselhos. Fica quase sempre em pé assistindo às performances dos atletas e aplaude com entusiasmo cada acerto. Fala o tempo todo com os companheiros.
"Quero que todo mundo esteja bem. Muitas vezes um erro faz com que você se abata, e um acerto, que fique muito eufórico. Eu tentei sempre controlar isso e tento fazer meu papel de companheirismo, de passar essa calma, esse foco para que eles possam dar seu máximo", afirmou.
Até quem é bem mais "ocupado" durante a competição aproveita a hora de "folga" para ajudar.
"O Diego e o Zanetti têm mais tempo livre. Mas eu mesmo, quando fiquei fora no solo, já busquei falar mais, incentivar. Eles passam muita experiência. O Diego é um cara que, quando pequeno, eu almejava alcançar.
Hoje estou aqui com ele e isso motiva muito", afirmou Francisco Barreto Jr., que vai à final da barra fixa.