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Após bater outro 'brasileiro', Del Potro diz que vive o melhor dos sonhos

"Juan, Juan, es un tenista copista?" Um jornalista argentino queria uma tese futebolística para sua história, mas neste sábado (13), o que Juan Martin del Potro e Rafael Nadal fizeram na quadra central da Rio-2016 foi um excelente jogo de tênis.
Não a partida emocional e cheia de detalhes em que o argentino eliminou Novak Djokovic neste surpreendente campeonato que a Olimpíada proporciona. Mas uma batalha feroz, ponto a ponto, cerebral, de erros pontuais, fundamentais.

"Uma dura batalha, contra um dos melhores do mundo", resumiu Nadal, com semblante decepcionado, após o jogo em que ganhou o primeiro set (7/5), permitiu a reação do rival no segundo (4/6) e perdeu no tie break do terceiro (7/6-5) após esboçar uma reação espetacular.

Jogo com Del Potro sacando a 215 km/h e, muitas vezes não tendo condições de completar o saque-voleio. Jogo com "ace" (ponto de saque) em segundo serviço, serviços conquistados sumariamente sem ceder pontos, serviços perdidos após 40 a 0 a favor. Com emoção até na hora de chamar o desafio eletrônico, que no Rio é festejado e vaiado para espanto de árbitros e jogadores.

Sim, jogo com torcida, bandeira, vários pitos no juiz e cantorias argentinas e nova naturalização forçada, desta vez de Nadal, pela parte brasileira do estádio.

Mas também a partida em que o espanhol, maratonista de quadra nos últimos dias, reagiu a um placar adverso de 3 a 0 no tie-break, salvou um match point e perdeu mandando a bola na rede, um dos poucos erros que cometeu, mas este fatal.

"Foi uma grande partida, de um tênis de bom nível. Tentei meu melhor até a última bola, mas não deu", declarou já ouro nas duplas e que tenta o bronze por volta das 13h30 neste domingo (14) contra o japonês Kei Nishikori.

"É duro jogar contra Rafa, você nunca sabe se vai ter capacidade de vencê-lo. Luta o tempo inteiro, nunca desiste, não importa o que aconteça. Depois do primeiro set, joguei de forma agressiva, procurando winners, foi o único jeito", disse o argentino, que encara Andy Murray na final. A disputa pelo ouro deve começar por volta das 15h30.

"Minhas emoções estão ficando cada vez mais altas. Após cada jogo nesta Olimpíada, isso me faz chorar. Tenho que agradecer muito ao público", disse Del Potro, que, como de hábito no Rio, arrebanhou compatriotas dentro e fora do estádio. Muitos deles, após o dramático Brasil x Argentina no basquete, correram para o complexo de tênis e acompanharam os pontos finais por um telão que só mostrava o placar.

Se Nadal perdeu dois meses e meio antes dos Jogos com um problema sério no pulso e surpreendeu nesta Olimpíada, Del Potro fez mais. Com um histórico de lesões e operações sérias também no pulso que o fizeram despencar no ranking mundial duas vezes na carreira (a última na temporada passada), o argentino voltou ao circuito no começo deste ano e é, neste momento, o 141º do mundo.

Cogitou até mesmo parar de jogar, algo que não está mais nos planos. "Estou vivendo como em um sonho, não poderia ser melhor do que está sendo."

Kevin Lamarque/Reuters
2016 Rio Olympics - Tennis - Semifinal - Men's Singles Semifinals - Olympic Tennis Centre - Rio de Janeiro, Brazil - 13/08/2016. Juan Martin Del Potro (ARG) of Argentina celebrates after winning match against Rafael Nadal (ESP) of Spain. REUTERS/Kevin Lamarque TPX IMAGES OF THE DAY. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: OLYN2349
Del Potro se emociona ao vencer Rafael Nadal na semifinal do tênis
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