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Por abraço do 'anjo' Zanetti, mãe chora antes e depois da conquista da prata

"Eu só quero dar um abraço nele, quero muito".

Com lágrimas nos olhos antes mesmo de o filho campeão olímpico conquistar sua segunda medalha em Jogos, desta vez de prata, esse era o maior desejo de Roseane, mãe de Arthur Zanetti.

Os olhos marejados tiveram a mesma força dos braços do filho nas argolas.

E ela segurou as lágrimas com a mesma força que pedia ao filho permanecer preciso em seus movimentos.

"Segura! Segura! Vai, meu  anjo!", gritava da arquibancada da arena de ginástica.

Roseane não falava com Zanetti desde a noite anterior. "Não adianta mandar mensagem, eu preciso falar com ele, preciso escutar a voz. E a voz dele estava boa, ele vai ganhar medalha", previu a mãe, ainda na van que a transportou do hotel em que ficaram hospedados até o Parque Olímpico.

Ao lado do marido, Arquimedes, Roseane tentou aliviar a pressão que também pesa sobre os pais. 

Contaram histórias, riram, ela mostrou o pingente "exclusivo" de ouro que tem no pescoço, com duas argolas, símbolo do filho. E ele disse que nunca havia ficado nervoso como nesta segunda.

"Nem em Londres-2012 [onde o filho foi ouro], nunca fico nevoso. Hoje estou".

Durante a prova, cada um com uma bandeira do Brasil no colo, ficaram apreensivos. Roseane cerrava os lábios e apertava os próprios dedos, com oito unhas pintadas de vermelho e duas com a bandeira brasileira. Ali descontava o nervosismo.

O filho não tremeu. Conquistou a prata. As lágrimas, então, caíram. 

Ela, enfim, poderia dar o abraço esperado há 17 dias, quando ele deixou a casa onde moram em São Caetano do Sul e mudou-se para a Vila Olímpica do Rio.

"Fui deixá-lo no aeroporto. Só quero abraçá-lo hoje", repetiu a mãe.

Ela, o marido, o filho Victor -que também mora com eles na mesma casa há mais de três décadas-, a namorada de Juliana (há seis anos e sem previsão de casamento), patrocinadores, todos foram ao encontro do medalhista de prata nos Jogos do Rio.

Não conseguiram o encontrar na área de imprensa, não puderam entrar no local onde ficam os atletas e o oficiais, esperaram os testes antidoping. Correram pelos corredores da arena. Chegaram a passar pelo presidente do COB e do comitê organizador dos Jogos, Carlos Arthur Nuzman, sem serem reconhecidos. 

Foram encontrar Zanetti por volta das 17h —a competição foi às 14h.

"Agora ele vai tirar férias, uns seis meses, está precisando", disse Arquimedes. 

Se o filho vai continuar até Tóquio-2020? "Depende da cabeça dele. É muito duro. Este ciclo foi muito difícil, muita pressão depois do ouro", afirmou o pai.

Pessoas próximas a Zanetti acreditam que a prata pode motivá-lo a seguir na ginástica em busca de mais uma medalha em 2020.

Por enquanto, o grande prêmio era o abraço da mãe. "Sou a fábrica, ele é a estrela", disse Roseane. E, para ela, a estrela "vale ouro".

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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