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Rio-2016 foi última vitória de Havelange, que não pôde aproveitar o evento

Maior cartola da história do esporte brasileiro, João Havelange, 100, morreu nesta terça-feira (16) no Rio, sem poder concretizar seus planos para a Rio-2016.

Ele estava internado desde a semana passada no Hospital Samaritano, na zona sul da cidade, com pneumonia. Em nota curta, o Hospital Samaritano informou que Havelange "faleceu no início da manhã" e se "solidariza com familiares e amigos do dirigente esportivo". A causa da morte não foi informada.

Considerado um dos trunfos da candidatura brasileira para receber a Olimpíada, o cartola dizia aos amigos que pretendia morrer após o encerramento da competição.

Em 2009, quando o Rio venceu a disputa, ele contava que o ponto alto de seu centenário seria assistir da tribuna do Maracanã à cerimônia de abertura dos Jogos, o que não se realizou.

Desde 2011, Havelange optou por ser afastar da vida pública após autoridades começarem a revelar oficialmente a relação do dirigente com o escândalo da ISL (antiga empresa de marketing da Fifa falida dez anos antes), acusada de repassar propinas a cartolas.

Na época, o ex-atleta (disputou Olimpíadas entre 1936 e 1952) renunciou ao seu cargo de integrante do COI (Comitê Olímpico Internacional) temendo ser banido. A entidade pretendia analisar um relatório elaborado pelo Comitê de Ética sobre o caso ISL.

O sucesso da candidatura do Rio foi a última grande vitória de Havelange. Ele travou um duelo particular com Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do COI e apoiador da candidatura de Madri.

Com problemas de locomoção, o carioca filho de belgas passou os últimos dias em casa, realizando sessões de fisioterapia e evitando badalações.

No seu centenário, em maio, ele evitou as comemorações. Não foi nem a uma missa celebrada próximo da sua casa.

Cronologia - Havelange

Em 2012, a Justiça da Suíça revelou que o ex-chefe da Fifa e Ricardo Teixeira, seu ex-genro e então presidente da CBF, receberam propinas milionárias nos processos de venda de direitos de mídia de competições da Fifa.

Em 2013, foi a vez de Havelange renunciar ao cargo de presidente de honra da Fifa. Dias depois, relatório assinado por Hans-Joachim Eckert, presidente da câmara de adjudicação do Comitê de Ética da entidade, classificou como "reprovável" a conduta do cartola no caso ISL.

Depois de deixar o COI e a Fifa, o cartola praticamente desapareceu. Ele começou a enfrentar problemas de saúde e foi internado várias vezes.

No ano passado, o Botafogo tirou o seu nome do Engenhão, erguido para os Jogos Panamericanos de 2007.

Havelange começou a entrar para a história do futebol brasileiro ao comandar a CBD (Confederação Brasileira de Desporto). Com ele na presidência, a seleção conquistou o tricampeonato mundial (1958, 1962 e 1970).

Depois disso, conquistou a chefia da Fifa. Lá, o brasileiro comandou a entidade por 24 anos durante o período de globalização do futebol e da multiplicação das receitas do setor.

Em 1998, Havelange deixou o poder para que assumisse seu vice, Joseph Blatter, afastado por corrupção no ano passado.

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