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Jovem do interior baiano, Isaquias leva canoagem à elite olímpica na Rio-16

"Vou à Olimpíada para buscar três medalhas." Isaquias Queiroz, 22, fez de sua ambição olímpica quase um mantra nos últimos meses.

Embalado por seis medalhas em Mundiais entre 2013 e 2015, e beneficiado por uma mudança no calendário de provas batalhada pela confederação brasileira —que lhe caiu como uma luva—, o baiano foi talhado para obter uma façanha em 2016.

Ele quer ser o primeiro do país a deixar uma edição dos Jogos com três medalhas.

Daí a tirar o favoritismo do papel, a história seria outra. E esta terça-feira (16) seria crucial para ele demonstrar a que veio.

Na final do C1 1.000 m, tinha ao seu lado o atual campeão olímpico e mundial, o alemão Sebastian Brendel.

O baiano, vale lembrar, é debutante em Olimpíadas. Ou seja, havia uma possibilidade real de capitulação.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Em 3min58s529, Isaquias apagou qualquer desconfiança e manteve viva a esperança de sua "tríplice coroa". Ele só ficou atrás de Brendel, que cumpriu os 1.000 m em 3min56s926. O moldavo Serghei Tarnovschi foi bronze.

Ao subir no pódio para receber o metal, sob olhares de sua mãe, Dilma, e outros familiares, o jovem canoísta quebrou alguns paradigmas.

Primeiro, deu à canoagem do país sua primeira láurea olímpica em todos os tempos. Depois, inseriu o Brasil e o continente em uma modalidade amplamente dominada por atletas europeus.

E, por fim, ratificou sua própria história pessoal, que por si só já é pura superação.

Nascido em uma cidade pobre do interior baiano, Ubaitaba, Isaquias e a canoagem se conheceram em 2005, por meio de um projeto social que já foi encerrado.

O sonho de se tornar atleta de alto nível contrastava com o lado direito do corpo cheio de cicatrizes de queimaduras, em razão de um indesejado banho de água escaldante quando novo, e a falta de um rim ""retirado após sofrer hemorragia.

O pódio no Rio atesta que o esforço não foi em vão. "A prata tem um gosto de ouro porque eu estou em casa e treinei com afinco para conquistá-la", comentou ele, que dedicou a distinção ao técnico espanhol Jesús Morlán.

A obtenção da medalha também mostra que Isaquias está na rota certa para completar o triplete –o C1 1.000 m é sua prova menos forte.

Ele disputa a eliminatória do C1 200 m nesta quarta (17), às 9h23. Se passar, brigará por medalha na quinta-feira (18). Na sexta (19) e no sábado (20), ele e Erlon Souza concorrem no C2 1.000 m.

"Meu objetivo é levar as três medalhas. Eu tenho uma, faltam duas. E eu acho que serei bem sucedido."

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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