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Isaquias achou que tivesse perdido medalha e deu remada com raiva na água

Quando seu barco cruzou a linha de chegada na prova de C1 200 m, Isaquias Queiroz deu uma remada na água. De raiva.

"Não sabia se tinha ganhado a medalha. Eu saí bem, mas acabei dando uma remada em falso e o barco patinou muito, vi os caras colocarem meio barco na minha frente. Quando cheguei eu joguei o barco e fiquei sem saber. Eu pensei 'ih, perdi minha medalha'", afirmou o baiano de 22 anos.

A tensão entre o final e o anúncio de que havia conquistado o bronze durou alguns segundos. Ele terminou a prova realizada nesta quinta-feira (18), na lagoa Rodrigo de Freitas, na terceira posição (39s628), atrás do ucraniano Iurii Cheban (ouro com 39s279) e de Valentin Demyanenko (39s493), do Azerbaijão.

"Eu achei que não tinha ganhado a medalha. Mas, quando saiu, eu fiquei muito contente porque uma medalha de bronze é muito importante para a carreira de um atleta, principalmente em Jogos Olímpicos.

Na terça-feira (16), Isaquias já havia obtido a medalha de prata em uma prova mais longa, o C1 1.000 m. Foram as duas primeiras medalhas da canoagem brasileira em toda a história olímpica. Ele disse que não teria conseguido o novo feito se não fosse o apoio do público, que praticamente lotou o estádio.

"Foi a primeira vez que vi uma competição com tanta gente assim. Acho que nem em Mundial fica assim, nem na Hungria e na Alemanha, onde o povo gosta muito de canoagem. Então eu tinha que dar o meu melhor para o brasileiro ficar feliz", declarou.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

A terceira medalha poderá vir no sábado (20), quando ocorrerá a final do C2 1.000 m. Ele e o parceiro Erlon Souza são os atuais campeões mundiais e favoritos ao ouro —nesta sexta-feira (19), ele disputam as eliminatórias e, se vencerem a sua série, vão diretamente para a final.

"Agora é tentar ganhar mais uma medalha e fazer história na canoagem para o Brasil", afirmou. Com as duas láureas, o baiano se torna apenas o quinto brasileiro com múltiplos pódios em uma Olimpíada. Os outros são os atiradores Guilherme Paraense e Afrânio da Costa, em Antuérpia-1920, e os nadadores Gustavo Borges (em Atlanta-1996) e Cesar Cielo (Pequim-2008).

"É um feito histórico, uma satisfação muito grande estar entre os melhores atletas do Brasil em Jogos Olímpicos, estar junto de Cesar Cielo e caras desse nível. Então, é uma felicidade muito grande começar com esses resultados. Espero poder fazer mais ainda e chegar aonde um brasileiro nunca chegou, que é conquistar três medalhas em uma Olimpíada", comentou.

Isaquias disse que a "confiança está muito alta" para ir ao pódio novamente no sábado. Para não sucumbir à pressão, ele tem adotado uma tática de não ficar paranoico com o objetivo. "Eu evito ficar falando de prova no hotel. Eu prefiro manter a tranquilidade e esperar chegar a hora para ver o que acontece."

Editoria de arte/Folhapress
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