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Isaquias Queiroz dá ao Brasil primeira medalha olímpica na canoagem

O baiano Isaquias Queiroz, 22, deu à canoagem brasileira nesta terça-feira (16) sua primeira medalha em Jogos Olímpicos.

Ele obteve a prata na prova do C1 1.000 m, a mais longa disputa individual que consta do programa olímpico, com o tempo de 3min58s529, na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. O ouro foi para alemão Sebastian Brendel, 28, principal rival do brasileiro e bicampeão olímpico, com 3min56s926.

"A prova foi muito boa. Gostei muito da corrida. O alemão é um cara muito bom, todos os jornalistas e o pessoal do Brasil sabiam disso. Ele não é imbatível, nenhum atleta é imbatível. Mas ele teve mérito, ganhou pela dedicação dele. Eu sou novo ainda, tenho 22 anos, tenho pouco tempo e este é meu primeiro ciclo olímpico. Na próxima eu vou treinar muito mais, estarei muito melhor em Tóquio", afirmou.

A disputa, definida apenas a alguns metros do final, fez com que o europeu elogiasse o oponente anfitrião. "Do começo ao fim, foi a melhor corrida de minha vida. O brasileiro foi muito duro, foi intensa a competição", disse.

O pódio coroa um ciclo excepcional de Isaquias, no qual foi laureado em todos os Campeonatos Mundiais de que participou, em 2013, 2014 e 2015. Ele também amealhou dois ouros nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015.

O brasileiro chegou à Olimpíada carioca com o desejo de se tornar o primeiro atleta do país a obter três medalhas em uma mesma edição do megaevento. Até hoje, somente Gustavo Borges (Atlanta-1996), Cesar Cielo (Pequim-2008), Afrânio da Costa e Guilherme Paraense (Antuérpia-1920) chegaram a tal façanha.

"É minha primeira Olimpíada e estou muito feliz com meu resultado. Estou satisfeito pela prata, que tem um gosto de ouro porque eu estou em casa e treinei com afinco para conquistá-la", assinalou Isaquias, que contou que o apoio do público foi fundamental nos últimos 300 m de prova.

TRAJETÓRIA

O baiano, descoberto em um projeto social em sua cidade natal, Ubaitaba, começou na canoagem em 2005. Em 2011, se sagrou campeão mundial júnior do C1 200 m, mas não obteve classificação para os Jogos de Londres-2012.

Ele flertou com uma aposentadoria prematura, mas a chegada do técnico espanhol Jesús Morlán ao Brasil em 2013, para trabalhar com a seleção nacional, deu-lhe novo ânimo. O ibérico havia conduzido seu compatriota David Cal a cinco medalhas olímpicas. Ambos treinaram juntos em São Paulo e, atualmente, têm como base Lagoa Santa.

Isaquias passou a se inserir no cenário internacional e, com os seis pódios em Mundiais conquistados entre 2013 e 2015 (dos quais quatro em provas olímpicas), aterrissou no Rio badalado para lutar por medalhas. Agora, ele confirmou as expectativas.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

O canoísta tem uma história de vida de superação. Ainda jovem sobreviveu ao derramamento de uma panela de água escaldante sobre seu corpo, o que o deixou quase um mês internado. Depois, ao cair de uma árvore, teve hemorragia interna e precisou ter um rim retirado –até o por isso, seu apelido entre colegas de seleção é "sem rim".

Vaidoso, verborrágico, extrovertido, o mais novo medalhista olímpico brasileiro ainda tem mais duas provas pela frente na Rio-2016: o C1 200 m e o C2 1.000 m (com Erlon Souza). As finais das provas ocorrem, respectivamente, na quinta-feira (18) e no sábado (20).

Editoria de arte/Folhapress
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