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Em busca de selfies e autógrafos, fãs não dão descanso na despedida dos atletas

A cada minuto um grupo diferente de atletas entrava no saguão do aeroporto internacional do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (22). Mas um time, em especial, chamou mais atenção.

Era a "delegação de tietes", gente de todos os cantos da cidade que aproveitou o feriado extraordinário para se despedir dos astros da Rio-2016.

Em vez de medalhas, a disputa era por selfies e autógrafos. E nesse jogo o que vale é a quantidade.

Tânia Gomes, 48, seguia o regulamento à risca. "O importante é parecer famoso. Se for alto, está valendo, porque é jogador de vôlei ou de basquete", explica a dona de casa que veio da cidade vizinha de Saquarema com o marido e a filha Ellen Gomes, 21.

"Vimos tudo pela televisão, então resolvemos aproveitar para nos despedirmos. Nem todos são famosos, então não dá para saber os nomes, mas pedimos foto mesmo assim", contou Ellen, pouco antes de pedir fotos com toda a seleção francesa de basquete feminino. Depois, por ter as tranças vermelhas, a pivô Isabelle Yacoubou foi eleita para uma "foto solo".

Walace Cabral, 23, queria autógrafos. Barbeiro no dia a dia, ele trabalhou como camareiro na Vila dos Atletas. O morador de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, chegou cedo ao aeroporto para recolher as assinaturas e encontrar a delegação da Holanda, uma das quais atendeu durante os Jogos.

"De todos, eram os que mais tinham carinho comigo. Vim para vê-los e vou passar o dia aqui", explica ele, que ganhou camisas da seleção holandesa de hóquei na grama.

Mas enquanto os uniformes laranjas não apareciam, Cabral não ficava parado. Com o bloco cheio de assinaturas incompreensíveis, ele decidiu organizar a coleção por modalidade. "O melhor que tenho aqui são os autógrafos do basquete americano", diz orgulhoso.

A maioria dos competidores já vinha da Vila dos Atletas com o check-in pronto e embarcava diretamente, o que frustrava alguns fãs.

Uma exceção foi a delegação italiana, que ficou pelo menos uma hora na fila para retirar os bilhetes, fazendo a alegria do público. "Sou filha de italianos e vim só por eles", conta Norma Palmerini, 60, que levou o neto Arthur, 1. "Esse foi o nosso programa nesse feriado. Com muito ingresso caro, essa é a chance de ver os jogadores", explica, após tirar foto com o time de vôlei masculino, que ficou com a prata.

Nem todo mundo, porém, ficou fora dos estádios. Muita gente só queria estender um pouco a experiência nos Jogos.

Foi o caso das universitárias Larissa Fournier, 20, e Jacqueline Champeval, 20. Depois de acompanhar a ginástica artística no Riocentro, a dupla queria ver Max Whitlock, o campeão do solo, pela última vez. A dupla se decepcionou com a passagem rápida da ginasta americana Simone Biles, que passou cercada por seguranças por volta das 8h da manhã.

Outro que viveu intensamente os jogos e mesmo assim não perdia uma chance de falar com os atletas era o voluntário Rafael Castro, um dos 50 destacados para orientar os atletas no saguão do aeroporto.

Com o uniforme tomado por broches de delegações, ele conta que ainda esperava rever alguns atletas do tiro, de quem ficou mais próximo. "Como eles traziam armas, ficávamos até duas horas com eles na imigração", explica ele, que vez ou outra quebrava o protocolo pelas fotos. "Agora é esperar por Tóquio. Vai estar todo mundo lá. Espero que eu também, inclusive", diz.

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