A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou nesta sexta-feira (2) que não há relatos de sintomas do zika em pessoas que estiveram nos Jogos Rio-2016.
O comitê de emergência da OMS reafirmou ainda o conselho dado anteriormente para que não haja restrições gerais de viagem e comércio para países em que há transmissão do vírus, incluindo o Brasil, que sediará os Jogos Paraolímpicos, que começam no próximo dia 7.
A organização afirmou também que o vírus continua representante uma emergência de saúde internacional por conta da "contínua expansão geográfica e considerável vácuos no entendimento", e pediu por maiores descobertas científicas e pesquisas sobre prevenção.
"Deram-nos dados muito convincentes", disse ao The New York Times o professor de epidemiologia de doenças infecciosas da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical Dr. David Heymann, que conduziu o painel de especialistas. Ele disse que as unidades de saúde no Brasil haviam sido preparadas para acompanhar e tratar os casos zika, mas que não relatou nenhum caso.
Logo após os Jogos Olímpicos, Eduardo Paes, prefeito do Rio, afirmou que a rede municipal de saúde não atendeu nenhum paciente com sintoma de zika no período olímpico
Foram 8.681 pessoas atendidas no período olímpico, sendo 2.133 turistas estrangeiros. A maioria dos atendimentos foi por dor de cabeça, hipertensão arterial, resfriado e mal-estar.
"Levaram a população a imaginar que fosse chegar ao Rio e as pessoas seriam carregadas por mosquitos da zika e todos ficariam muito doentes". "Quero lembrar que foi muito mais seguro para não se pegar zika ficar no Rio do que ir para Miami", disse Paes em entrevista após o evento.
Há pouco mais de um mês antes do início dos Jogos, um grupo de 150 cientistas internacionais enviou carta à OMS (Organização Mundial da Saúde) pedindo que a Olimpíada fosse transferida ou adiada em decorrência do surto de vírus da zika.
Li Ming - 2.ago.2016/Xinhua | ||
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, durante entrevista |
Inúmeros atletas, jornalistas e turistas também cancelaram a vinda ao Rio para o evento por medo de se contaminar. Imprensa e competidores que vieram receberam repelentes após a chegada ao centro de mídia e à Vila Olímpica.
"Muitas pessoas foram testadas e não houve casos confirmados", afirmou Dr. Peter Salama, diretor executivo de surtos e emergências de saúde da agência.
"Nós nos sentimos bastante confiantes de que a avaliação do risco de que não haveria aumento significativo de transmissão devido aos Jogos Olímpicos parece estar no bom caminho ", complementou.
A diminuição de casos de zika já era esperada para agosto. A procriação do mosquito Aedes Aegypt, principal vetor da doença, fica prejudicada nesta época do ano, mais seca e fria.
ATLETAS QUE DESISTIRAM
Antes dos Jogos a zika assustou muitos atletas, que optaram por não participar do maior evento esportivo do mundo.
Um dos esportes que mais teve baixas em decorrência do vírus foi o golfe. Ao todo, oito atletas da modalidade não representaram seus países, entre eles o norte-irlandês Rory McIlroy, 27, quarto colocado no ranking mundial.
Os outros golfistas que também não disputaram a Rio-2016 são O golfista japonês Hideki Matsuyama, 24, 17º do mundo, Adam Scott (8º do mundo), Louis Oosthuizen (14º), Charl Schwartzel (22º), Marc Leishman (44º) e Vijay Singh.
O tênis também sofreu. Os tenistas Milos Raonic, do Canadá, Simona Halep, da Romênia, John Isner e o espanhol Feliciano López optaram ficar em seus respectivos países.
Andy Lyons/Getty Images/AFP | ||
Milos Raonic durante Aberto do Canadá de tênis |