Cristina Veiga
Especial para o GD
São coisas da política,
dirão. Eleição é assim mesmo:
adversários se unem e correligionários se apartam.
Mas, espera aí! Como explicar agora a uma criança
de nove anos que a candidata petista a prefeitura de São
Paulo, Marta Suplicy e o eterno candidato a algum cargo Paulo
Maluf são diferentes? Até que não seria
assim tão difícil se a petista não estivesse
abertamente sendo apoiada por Maluf.
Acontece que, nas eleições
passadas, essa mesma criança ainda não tinha
muita noção de nomes e partidos. Então
foi ensinada que jamais deveria votar no número 11,
do partido malufista. Mas que no 13, da dona Marta, tudo bem.
E agora? E agora que o 11 apoia o 13? Como é que essa
criança vai entender alguma coisa de política
partidária com a bagunça que impera nesse país?
Ah, não dá para comparar
Marta com Maluf, reagirão. Mas o que esses adultos
dirão às crianças que foram levadas pelos
pais às cabines de votação em 2000? Que
o Maluf ficou bonzinho de uns dias para cá? Não,
melhor: que todas as denúncias de corrupção
contra o ex-governador não passavam de “uma grande
invenção da imprensa”?
Como explicar a essa mesma criança
que apertar o 13 não quer dizer votar em Paulo Maluf?
Ele está por todo lado – no rádio, na
televisão – falando mal do candidato do PSDB,
José Serra e elogiando os feitos da prefeita. E agora
dona Marta, o que é que vou dizer para o meu filho?
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