REFLEXÃO


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pensata
01/07/2008

O risco de um "cindicato"

O prosseguimento da greve dos professores em São Paulo aumentou ainda mais o risco de desmoralização do seu sindicato. Isso pelo simples motivo de a greve ter sido decretada na defesa de algo indefensável --na prática, estão defendendo a alta rotatividade dos professores em escola pública. Se fosse uma greve por melhores salários, tudo bem, afinal, os salários estão mesmo defasados.

O decreto do governo pede, em essência, que os professores fiquem pelo menos um ano na escola antes de mudarem para outra escola. Apenas um ano --o que já seria pouco. Afinal, não se fazem boas escolas com muita mudança de professor, pois a alta rotatividade do corpo docente impede a formação de uma equipe.

Pergunte a qualquer educador sério, qualquer um, e ele vai dizer a mesma coisa: a alta rotatividade é uma das causas da baixa qualidade de ensino.

A sorte do sindicato é que essa é uma conversa, infelizmente, distante da população, sem envolvimento dos pais e alunos, os maiores interessados. Se debocham, e com razão, de que, em um texto da Secretaria da Educação, estava escrito "encino" (com "c"), eles estão quase escrevendo "cindicato".

O drama dos professores, vítimas da violência, dos baixos salários, das salas superlotadas, deveria ser tratado com mais respeito.

Coluna originalmente publicada na Folha Online, editoria Pensata.

   
   
 
 

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