João
Batista Jr.
Para discutir formas de aumentar profissionalização
do setor por meio da inovação, a jornalista
Camila Yahn organizou o Pense Moda, seminário que começou
na última segunda, 5, e termina hoje em São
Paulo. Profissionais nacionais e internacionais debateram
assuntos como criação, mercado e vendas.
A indústria têxtil é a segunda que mais
emprega no país, com 30 mil empresas e 1,5 milhão
de trabalhadores, segundo a Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil). Se até
algumas décadas atrás a confecção
era a parte mais relevante, agora a criatividade do design
é apontada como a saída para aumentar as exportações
e atrair investimentos. Ainda de acordo com a Abit, o Brasil
possuiu 95 escolas de moda, as quais lançam 5 mil novos
profissionais por ano no mercado.
“É preciso que os estilistas e outros profissionais
se unam”, disse Yahn na abertura do evento. Para ela,
o setor deve descobrir quais são suas expertises
e seus fracos para poder se desenvolver. “Muitas marcas
nacionais vendem para países estrangeiros, mas estão
presentes apenas com pouquíssimas peças em lojas
que têm um espaço para os designers do mundo.
Isso é exportação?”.
Soluções
Ӄ preciso que grandes empresas invistam em novos
talentos”, conta Lulu Kennedy, produtora de moda inglesa
que veio expor o formato do evento que organiza em Londres.
“O Fashion East seleciona três estilistas por
ano e os auxilia para que concretizem suas idéias”,
diz ela, lembrando que o único requisito para a escolha
é o talento. Esses jovens contam com o apoio de uma
grande rede de lojas britânica, a Top Shop, que se compromete
em financiar seus desfiles e vender suas peças. “O
meu trabalho é fazer com que os estilistas fiquem independentes.”
Exemplo nacional
Independente é o que pode se dizer de Alexandre Herchcovitch,
estilista brasileiro de maior projeção mundial.
Formado pela Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo,
o designer começou sua carreira desenvolvendo peças
para personalidades da cena underground de São Paulo,
como transformistas. Com talento e parcerias, hoje ele conta
com loja própria até em Tóquio e desfila
na semana de moda de Nova York – além de assinar
linha de celular para a Motorola e de roupas de cama para
a Zêlo. Herchcovitch
também é diretor criativo da grife Zoomp, que
em 2006 foi vendida ara um grupo de investidores italiano.
Dados do setor têxtil:
- 20% dos profissionais são altamente qualificados
(com cursos de graduação e pós-graduação),
40% têm qualificação média e
60% pouca qualificação;
- A produção anual de vestuário é
de 6,6 bilhões de peças;
- O faturamento em 2005 foi de US$ 32,9 bilhões.
A exportação do mesmo ano foi de US$ 2,2,
bi e a importação, US$ 1,51 bi;
- Participação no mercado mundial: 0,4 %
Fonte: Associação Brasileira
da Indústria Têxtil
Mais: São
Paulo quer seguir passos de Londres
|