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EDUCAÇÃO
11/11/2004
Modelo de ensino cubano vai ser testado no Piauí

Três municípios do Piauí, um dos Estados com os piores índices educacionais do Brasil, passarão a ter nos próximos meses turmas de alfabetização de jovens e adultos com o método adotado em Cuba. É o que prevê um protocolo de cooperação assinado ontem pelos ministérios da Educação dos dois países durante cerimônia realizada em Brasília.

Segundo o ministro da Educação, Tarso Genro, o método cubano permite a realização do curso à distância -o que seria o diferencial em relação ao programa brasileiro- e trabalha com situações da cultura local.

"O programa tem um custo menor. Permite, por exemplo, que seja montada sala de aula na casa das pessoas", disse Tarso, citando que o curso pode ser ministrado por meio do rádio.

Meta de 20 milhões
No Brasil, os cursos do governo federal de alfabetização de jovens e adultos são presenciais, com os alunos em salas de aula.

O programa Brasil Alfabetizado, lançado no ano passado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, com a meta inicial de alfabetizar 20 milhões de brasileiros, exige, por exemplo, oito meses de aula. Aceita, porém, o uso de vários métodos pedagógicos, dependendo da região e instituição que ministra o curso.

O protocolo assinado ontem prevê que o Ministério da Educação de Cuba repassará para os municípios assistências técnica e material, além da experiência pedagógica. Segundo Tarso Genro, não haverá custo.

O projeto vai funcionar, por enquanto, de forma piloto em três municípios do Piauí, sendo um de pequeno e outro de médio porte. O terceiro ficará na periferia de uma grande cidade.

Reunião da Unesco
O documento final da 4ª Reunião do Grupo de Alto Nível de Educação para Todos, que terminou ontem em Brasília, faz uma cobrança dos países quando trata de recursos financeiros. Diz que eles "devem aumentar e diversificar os recursos locais e fortalecer o uso eficaz e eficiente das verbas" destinadas à educação, além de ter um "orçamento equilibrado" para que as Metas do Milênio ligadas ao setor sejam cumpridas.

A ministra da Cooperação da Suécia, Carin Jämtin, pediu mais transparência na aplicação dos recursos na área de educação. Disse ainda que os países em desenvolvimento têm espaço para aplicar recursos próprios no setor.

Um dos temas principais da reunião organizada pela Unesco, as Metas do Milênio foram instituídas pelos países-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2000 e devem ser atingidas até 2015. Visam a erradicação da pobreza, a diminuição das desigualdades e o desenvolvimento dos países.

Financiamento
O documento também trata da necessidade de desenvolver mecanismos de financiamento que atendam às características dos países, inclusive a troca de parte dos serviços da dívida por educação -uma proposta feita por Brasil e Argentina e apoiada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Para o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, outro ponto importante do documento final, chamado de Declaração de Brasília, é o que trata da necessidade de qualificação dos professores.

Entre as preocupações estão a qualificação dos docentes e a melhoria da proporção aluno-professor. Enquanto o ideal seria de um docente para cada três habitantes, há países em que essa proporção é de um a cada 60.


LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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