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seminário nacional
18/08/2004
Evento inédito discute saúde dos negros

Pela primeira vez, o governo federal vai abrir espaço para discutir a desigualdade racial dentro dos serviços de saúde do país. Segundo o Ministério da Saúde, a população negra tem menos acesso a serviços de saúde e maiores taxas de mortalidade tanto infantil quanto entre homens e mulheres.

A questão será discutida no 1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, que ocorre de hoje a sexta-feira, em Brasília. O evento é promovido pelo Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Conta com apoio institucional da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Mulher (UNIFEM).

De acordo com dados do Censo Demográfico 2000, do IBGE, os negros somam 44,68% da população nacional. Segundo o Ministério da Saúde, mulheres negras têm menos consultas ginecológicas completas, consultas de pré-natal e passam por menos exames ginecológicos no período pós-parto. Além disso, entre 1980 e 2000, a diferença relativa entre os níveis de mortalidade infantil de negros e brancos menores de um ano passou de 21% para 40%.

Em 2000, também segundo estudos divulgados pelo Ministério, a taxa de mortalidade das mulheres negras de 10 a 49 anos por complicações da gravidez, parto e pós-parto foi 2,9 vezes maior que a apresentada entre as mulheres brancas; a taxa de mortalidade dos homens negros de 10 a 64 anos por causas externas foi duas vezes maior que a apresentada entre os homens brancos.

Tendo em vista esses números, o seminário tem como objetivo articular e sensibilizar os gestores das três esferas do SUS (Sistema Único de Saúde) para a importância da incorporação do quesito raça/cor na política de saúde, apresentar um balanço das experiências de governo e determinar os desafios a serem superados para que haja um recorte racial na política de saúde. Também pretende divulgar experiências da sociedade civil organizada relativas à saúde da população negra, debater e propor estratégias para implementar e monitorar as metas previstas no Plano Nacional de Saúde (PNS) em busca da eqüidade racial.

Cerca de 250 pessoas de todo o país devem participar do encontro, entre elas técnicos e gestores de saúde das três esferas do governo, pesquisadores da área de saúde da população negra, entidades representativas e organismos do governo e da sociedade civil. Mais informações sobre o seminário e a programação completa podem ser obtidas na página Saúde da População Negra, no site do Ministério da Saúde.

O PNUD Brasil desenvolve um projeto, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que visa justamente produzir conhecimento e fomentar o debate para combater e superar o racismo. O projeto chama-se Combate ao Racismo e Superação das Desigualdades Sociais.

As informações são do PNUD Brasil.

   
 
 
 

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