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trânsito
05/04/2004

Idoso é obrigado a correr para atravessar a rua

Um dos principais problemas dos semáforos de pedestres em São Paulo são os intervalos de tempo do vermelho piscante -que, dependendo da largura da via, são insuficientes para que a travessia iniciada no verde seja concluída com segurança.

Em alguns cruzamentos da avenida Paulista, esse tempo varia de quatro a cinco segundos. O pedestre que se deparar com esse vermelho piscante depois de ter dado apenas um primeiro passo na faixa terá de andar a praticamente três metros por segundo para chegar ao canteiro central, distante quase 15 metros da calçada, antes da abertura do semáforo verde para os carros -sendo que a velocidade ideal para a travessia de idosos é um terço dessa, segundo Eduardo Daros, da Abraspe.

Pela legislação, os veículos devem esperar esse pedestre completar a travessia, mesmo que já esteja vermelho, mas, na prática, resta ao transeunte correr ou ficar perdido no meio do trânsito.

A falta de prioridade ao pedestre no resto da cidade se agrava ao se constatar que, em muitos lugares, não há faixa de pedestre pintada no asfalto nem calçada -e que em muitas intersecções, não há nem mesmo semáforos específicos para travessia.

A CET chegou a informar na semana retrasada que havia 499 sinais para pedestres em São Paulo -10,7% dos cruzamentos semaforizados. Maurício Régio, da assessoria de segurança no trânsito da CET, afirmou anteontem à noite que essa quantidade se refere somente aos aparelhos com botoeira fora dos cruzamentos. "Eu arriscaria dizer que 50% têm os bonequinhos [referência aos semáforos para pedestres]", diz.

Em Belo Horizonte, há 652 intersecções, das quais 75,5% (492) dispõem de semáforos para pedestres. Em Curitiba, há 892 cruzamentos semaforizados, dos quais 47,3% -422- têm aparelhos específicos para pedestres.

Segundo a empresa de sinalização Meng Engenharia, um semáforo de pedestres convencional custa R$ 985 -ou seja, para instalar quatro aparelhos em cada intersecção semaforizada da capital paulista, a CET não gastaria nem R$ 20 milhões, 7% da arrecadação anual com multas de trânsito.

Mesmo se quisesse instalar equipamentos mais sofisticados, com contagem regressiva (quatro deles estão em testes em São Paulo), não seriam gastos mais de R$ 53 milhões. A Meng diz que esses equipamentos, cuja unidade custa R$ 2.830, levam a uma redução de 70% no consumo de energia elétrica das lâmpadas e têm a aprovação de mais de 95% dos pedestres, conforme pesquisa feita em São Vicente (litoral de SP).

Atropelamentos
Mesmo com a falta de equipamentos viários adequados aos pedestres, as mortes por atropelamento em São Paulo têm caído nas últimas décadas -em 1981, eram 1.677; em 2003, 429.

A redução ganhou força a partir de 1997, quando foram instalados os primeiros radares de controle da velocidade. Com os veículos a 40 km/h, 15% dos atropelados costumam morrer; a 60 km/h, essa probabilidade sobe para 70%; e, acima de 80 km/h, quase 100%.

Maurício Régio diz que as mortes nos cruzamentos representam 20% da totalidade de atropelados e que as demoras excessivas na travessia na avenida Paulista "são exemplos extremos nos horários de pico". "A maioria dos acidentes acontece à noite."


As informações são da Folha de S. Paulo.

 
 
 

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