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desperdício
22/12/2004
Oca parada custa R$ 100 mil por mês

Emilio Kalil, presidente-executivo da BrasilConnects, tenta fechar as portas da Oca do Ibirapuera com dignidade. "Os compromissos serão cumpridos. Se Deus quiser, todos", disse Kalil ontem, falando ao Estado por telefone, enquanto vistoriava a exposição Fashion Passion, a derradeira da instituição.

Mas não vai ser tão fácil entregar a Oca a um voluntário. Mesmo fechado, o custo de manutenção do prédio fica entre R$ 100 mil e R$ 150 mil por mês - parte disso devido aos modernos equipamentos de climatização e controle de umidade que foram instalados na reforma do edifício, que custou US$ 11 milhões. Kalil conta com a adesão da Bienal de São Paulo.

Em 4 anos de atividades, o museu realizou 45 mostras de arte, entre elas Os Guerreiros de Xi'an, que recebeu 820 mil pessoas, e Picasso na Oca, recorde de visitação, com 905 mil pessoas. Segundo Kalil, a instituição também restaurou 166 obras de arte brasileiras, como o altar-mór do Mosteiro de São Bento de Olinda (PE).

Na carta que o sr. enviou às autoridades, fala em suspender as atividades da BrasilConnects. Suspender é um eufemismo para fechar?
A BrasilConnects fecha temporariamente. Pode ser que volte, pode ser que não. Pode ser que alguém amanhã queira gerir a instituição.

Quantos funcionários tem a entidade?
A BrasilConnects sempre teve estrutura flutuante. O corpo de funcionários é sempre ligado aos eventos. Até 5 de dezembro, por conta da exposição Fashion Passion, tínhamos 200 pessoas trabalhando. Agora, que não há mais a ação educativa, esse número caiu para 100 pessoas. Há pessoas trabalhando na segurança, limpeza, na loja, etc. Mas são todos prestadores de serviços, não são funcionários.

E a exposição Brésil Indien, que a BrasilConnects levaria ao Grand Palais, em Paris? Ela está comprometida?
Ela está pronta. Não está comprometida absolutamente. Já tem patrocinadores importantes. Custa cerca de R$ 2 milhões e já está praticamente toda captada (os recursos).

Quem vai a Paris? É a BrasilConnects? Ela não está sendo fechada?
Não será a BrasilConnects. Possivelmente, será a Bienal de São Paulo. É mais ou menos como aquela história da criança que cresce, estuda, amadurece, mas quando vai se formar perde o pai e ganha um padastro. De qualquer modo, isso não está decidido. O Manoel (Pires da Costa, presidente da Bienal) é simpático à idéia, mas ele não decide sozinho. Precisa consultar o conselho. Está feliz da vida em participar disso, mas precisa de apoio.

O que disse disso tudo o ministro Gilberto Gil?
O Gil sabe como todo mundo, pelos jornais. E agora, pela correspondência que lhe enviamos.

Vocês sempre diziam que a BrasilConnects não seria afetada pelo problema do Edemar Cid Ferreira, que era completamente independente...

O que eu dizia é que a empresa tinha independência jurídica. Mas não é uma independência absoluta. É óbvio que tem relação com a figura do Edemar, o prestígio do mecenas, do colecionador. Ele criou isso, ele é o pai da criança.

Ele soube dessa decisão de fechar? O que disse?
Ele está absolutamente a par da situação. Ele também acha que esse é o melhor caminho. São palavras dele.

Dizem que vocês prorrogaram a exposição Fashion Passion porque não tinham como devolver as obras emprestadas. Isso é verdade?

Isso é baboseira. O fato é que a exposição, quanto mais tempo fica aberta, mais despesa ela dá. Prorrogamos para aumentar o público, para possibilitar que mais pessoas a visitem nesses feriados e só depois vamos fechar. Passou dos 200 mil visitantes. Os compromissos serão cumpridos, se Deus quiser. Todos. Vamos honrar os contratos. Mas não há contratos para o futuro, só mostras acertadas verbalmente. Essas vamos cancelar.

De qualquer modo, vocês não podem simplesmente fechar a Oca, não é? Tem uma estrutura funcionando que não pode ser parada.

A Oca é da prefeitura. Nós a manteremos até o dia que a Prefeitura a retomar.

É cara a manutenção?
É cara, é muito cara. Tem de ter um técnico de ar condicionado permanentemente trabalhando lá dentro. A limpeza também deve ser permanente, porque a Oca está dentro do Parque. E não pode deixar nada deteriorar, porque compromete sua estrutura como museu.


JOTABÊ MEDEIROS
do jornal O Estado de S. Paulo

   
 
 
 

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