1511
empresas sofreram fraude nos últimos anos, afirma perito
Jota Ribeiro
Equipe GD
Em tese defendida
na Faculdade de Economia, Administração e contabilidade
(FEA) da USP, o professor Marcelo Gomes detectou despreparo de empresas
na prevenção de fraudes. A tese tem por base uma pesquisa
realizada em 1511 empresas brasileiras, no período compreendido
entre 1996 e 1997. Das empresas pesquisadas, todas tinham sofrido
alguma forma de fraude. Desse montante, o professor trabalhou diretamente
como investigador em 90 dos casos, encontrando crimes como desvios
de capital, extorsão, estelionato e até mesmo formação
de quadrilha.
"Qualquer
ato ilícito efetuado de má fé por um ou mais
funcionários é uma fraude. Seja simples furto de material
de escritório, ou delitos mais graves, como desvios de recursos
da empresa" explica o professor. Para a prevenção
desses problemas, Gomes propõe uma serie de medidas. Entre
elas, se destaca o papel do setor de RH no acompanhamento do nível
de satisfação dos funcionários, para identificação
de eventuais problemas pessoais ou financeiros. Até antes,
no momento da contratação, checando os antecedentes
do candidato.
Para Gomes o
empenho social das empresas reflete no ambiente de trabalho. "Atividades
filantrópicas promovidas pela empresa e comunicadas aos seus
funcionários também podem ajudar na prevenção
de fraudes", aponta o professor. Segundo Gomes, essas atividades
contribuem na criação de uma imagem positiva da empresa
para os funcionários.
Caso tais medidas
não evitarem ação fraudulenta, o professor
recomenda a atuação de um profissional altamente especializado
e pouco encontrado no mercado brasileiro. O professor é um
dos poucos que exerce essa atividade no Brasil e discute a formação
de tal profissional em sua tese. Unindo conhecimentos de diversas
áreas como direito criminal e trabalhista, auditoria, perícia
contábil, procedimentos de rastreamento, capacidade de lidar
com fontes de evidência e técnicas de investigação,
nasce um profissional que pertence ao mais novo ramo das ciências
econômicas: o contador investigador de fraudes.
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