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Leilão
‘Modernetes’ e aparelhos ‘tijolo’ marcaram a pré-história da telefonia celular brasileira

TONI SCIARRETTA
Editor de economia da Folha Online

Símbolo de status e ostentação de riqueza no início dos anos 90 (governo Collor), a telefonia celular brasileira remonta à época do monopólio estatal do antigo sistema Telebrás -época em que aparelhos celulares pesavam quase um quilo e chegavam a custar até US$ 5 mil no câmbio negro.

Em 1997, um ano antes da privatização da Telebrás, o então ministro Sérgio Motta desenhou o novo mapa da telefonia brasileira. Dividiu as operadoras estaduais de telefonia em teles celulares (operadoras da banda A) e fixas, e criou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para fiscalizar a abertura do setor.

As 28 subsidiárias do sistema Telebrás então foram reduzidas para a privatização em apenas 13 empresas -três de telefonia fixa (hoje Telefônica, Telemar e Tele Centro-Sul), uma de longa distância (Embratel) e outras nove de telefonia celular: Telesp Celular, Tele Sudeste Celular, Telemig Celular, Tele Nordeste Celular, Tele Centro-Oeste Celular, Tele Leste Celular, Tele Celular Sul e Tele Norte Celular.

Banda B
Pouco antes, em junho e julho de 1997, foram vendidas as licenças para operação das primeiras concorrentes da banda da telefonia celular da Telebrás, a chamada banda B.

Surgiram então operadoras com tarifas mais baratas como BCP (Grande São Paulo e Nordeste), Tess (interior de SP), ATL (Rio e Espírito Santo), Algar (Minas), Americell (Brasília), Telet (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Tele Amazônia (região Norte).

Concorrência
Uma vez privatizada a Telebrás, em agosto de 1998, os brasileiros já tinham duas empresas celulares -uma da banda A e outra da banda B- que, em tese, poderiam oferecer serviços de telefonia móvel celular.

O governo arrecadou R$ 30,553 bilhões com a privatização de todo o sistema Telebrás, sem contar a banda B, que rendeu outros R$ 8 bilhões.

A abertura, porém, continuou gradual, com o governo garantindo certo monopólio de exploração às empresas recém-privatizadas até 2002, antes da abertura total do sistema, quando só então deverá de fato ser institucionalizado o capitalismo selvagem da livre concorrência na telefonia brasileira.

Empresas-espelho
Para concorrer as teles fixas e a operadora de longa distância, a Embratel, o governo criou as empresas-espelho. O primeiro leilão de concessão das espelhos aconteceu dia 15 de janeiro, quando o Brasil aboliu a banda cambial.

A espelho da Telesp encalhou mas surgiram a Intelig (espelho da Embratel) e a Vésper (espelho da Telemar). Apenas em abril de 1999, que a Vesper comprou a licença da espelho da Telesp, formando a Vésper São Paulo. Durou pouco mais de um ano, pois as duas Vésper estão em processo de fusão.

Novas bandas
A nova etapa dessa abertura acontece agora com a venda das licenças das bandas C, D e E. As operadoras das novas bandas celulares vão concorrer com as privatizadas filhotes da Telebrás, a banda A, e as operadoras da banda B.

Até 2003, liberou geral. Todas as teles -sejam fixas, celulares, espelho e de longa distância- poderão concorrer nas áreas de concessão das demais operadoras. As empresas que anteciparem as metas de qualidade e universalização poderão partir para o ataque já em janeiro de 2002. Será o anunciado fim da era dos monopólios na telefonia brasileira.

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