Falta de desejo
sexual também é coisa de mulher
ADRIANA
RESENDE
da
Folha Online
Reprodução
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Elizabeth
Taylor e Richard Burton, em cena do filme"A Megera Domada" (1967),
de Franco Zeffirelli; na história de "A Megera Domada", os personagens
centrais são uma dama da sociedade de Verona e um cavaleiro
pobre, que se casam e vivem brigando. O casamento de Taylor
e Burton não foi muito diferente _ foi um dos relacionamentos
mais comentados de Hollywood |
"Ai,
amor, hoje não, eu tô com dor de cabeça." Se esse motivo "forte"
está se tornando frequente no relacionamento a dois, fique atenta.
Você pode estar passando por uma disfunção sexual: a perda do desejo.
Na maioria dos casos, a origem desse problema é psicológica. Inúmeras
razões podem provocar o desinteresse – das tensões profissionais
à insatisfação com atitudes de familiares e até o comportamento
do parceiro, que ora descarrega suas próprias ansiedades na mulher
ora se mostra desinteressado ou agressivo.
A falta de desejo se torna frequente em mulheres casadas ou com
vida sexual ativa. Isso não representa, necessariamente, uma disfunção
orgânica. Pode acontecer devido ao desgaste no relacionamento, resultado
da rotina do casal.
Em outros casos, é resultado de uma educação repressora que essas
mulheres tenham recebido dos pais ou de crenças religiosas. A mulher
era educada para ser submissa ao homem não apenas na cama, mas em
qualquer situação da vida diária. Hoje, esse comportamento submisso
já não é tão comum, por isso o estresse dos relacionamentos tem
apresentado causas mais cotidianas.
O tratamento requer acompanhamento médico, se a causa for orgânica,
ou terapia sexual, que pode ser aplicada à mulher ou ao casal, dependendo
do caso. Os resultados aparecem em três ou quatro meses, em 80%
dos casos.
Existem grupos de estudos e pesquisas sobre o tema. O Hospital das
Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, criou, em 1993, o ProSex (Projeto Sexualidade). O grupo é
formado por psiquiatras, urologistas, ginecologistas e psicólogos
e atende gratuitamente pacientes com disfunções sexuais. O trabalho
se destina também ao ensino, à pesquisa e à prevenção dos transtornos
da sexualidade.
Também em São Paulo, o Instituto Paulista de Sexualidade realiza
estudos periodicamente. Na pesquisa mais recente, de maio deste
ano, a perda do desejo ficou entre os problemas sexuais mais frequentes
entre mulheres, com 36,36%, atrás apenas da anorgasmia ou ausência
de orgasmo, com 81,82%.
Queremos
saber o que pode fazer você perder o interesse sexual pelo
seu namorado ou marido. Escreva aqui no nosso MURAL
sua opinião.
Fontes:
Nelson
Vitiello, presidente da Sbrash (Sociedade
Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana); Arnaldo Schizzi
Cambiaghi, ginecologista e obstetra, diretor do
Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia; Tânia
das Graças Mauadie Santana, ginecologista, obstetra e terapeuta
sexual;
Silvana
Chedid, ginecologista especializada em reprodução
humana,
Rosely Sayão, psicóloga
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