19/10/2001
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11h17
"A Professora de Piano", filme de Haneke, é incômodo e relevante
CHRISTIAN PETERMANN do Guia da Folha
O cineasta austríaco Michael Haneke ("Violência Gratuita") é um dos mais argutos investigadores dos males da sociedade contemporânea. "A Professora de Piano", seu mais recente trabalho, aparenta ser mais individualista. Mas é apenas aparência.
Transpondo para a tela um romance de Elfriede Jelinek, Haneke apresenta Erika Kohut (Isabelle Huppert), brilhante pianista que, em vez de seguir carreira como concertista, acomoda-se como professora no Conservatório de Viena. Aos 40 anos, ainda mora com a mãe (Annie Girardot). Apesar de admirar Schubert, seus únicos deleites são o voyeurismo e a automutilação.
Sua vida toma outro rumo ao conhecer Walter (Benoit Magimel), um jovem aluno que a seduz. Em Viena, Erika sugere uma cartilha de amor em desajuste com a livre expressão do prazer. A incomunicabilidade persevera mesmo num universo intelectualizado. O casal de atores também foi premiado em Cannes, mas é a impressionante composição de Huppert que sintetiza a mensagem de Haneke e transporta o espectador a uma experiência incômoda e relevante.
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A Professora de Piano Direção: Michael Haneke Produção: Áustria/França, 2001 Com: Isabelle Huppert, Benoît Magimel e Annie Girardot Quando: hoje, às 21h (Cinemark Market Place), 20, às 24h (Frei Caneca Unibanco Arteplex 2), 21, às 15h50 (Unibanco 1) e 31, às 21h20 (Sala Uol)
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