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Crítica
07/03/2002 - 16h19

Dream Theater volta progressivo, épico e obscuro

FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online


Ainda bem que o novo álbum da banda de rock norte-americana Dream Theater, "Six Degrees of Inner Turbulence", é duplo. O primeiro disco agrada quem prefere hard rock obscuro. O segundo, quem curte o lado épico do grupo que reviveu o progressivo nos anos 90. Lançado nos EUA no dia 29 de janeiro, o álbum só chegou ao Brasil agora e custa cerca de R$ 55.

Detalhe: são dois CDs e apenas seis músicas. Isso porque o segundo disco é uma única faixa de mais de 40 minutos, soma de oito músicas emendadas umas nas outras. Coisas do progressivo, cujas músicas, longe de serem compostas para FM, têm geralmente mais de seis ou sete minutos.

Pela segunda vez com o tecladista Jordan Rudess, o Dream Theater mudou. Está mais melódico. Há músicas que beiram o brega, mas logo retornam ao fraseado impecável e à pegada irrepreensível e forte do baterista Mike Portnoy. Exemplo disso são as músicas "About to Crash" e "About to Crash: Reprise", do segundo disco.

Rudess, que gravou dois álbuns paralelos do Liquid Tension Experiment com Portnoy e o guitarrista John Petrucci, mais uma vez mostra seu lado erudito de quem passou pela superbanda Dixie Dregs. Em "Overture", trilha que abre o segundo álbum, o ouvinte parece viajar por uma orquestra sinfônica — a música tem ares de ópera, de tão épica.

A presença de John Petrucci também é iluminada. O guitarrista mais uma vez prova porque é considerado um dos maiores da atualidade — fora do mundo pop, claro. Os riffs e solos são rápidos e precisos, sem por isso deixar a harmonia de lado.

Quem andou sumido nesse álbum foi o baixista John Myung. Não há solos, nem riffs do baixista, que também é um monstro do progressivo e já mostrou sua habilidade em álbuns como "Images and Words" e "Awake".

Tema

Depois de um álbum monotemático —"Metropolis 2 - Scenes From a Memory" —, o Dream Theater voltou a compor sobre assuntos que variam entre o romantismo e a insanidade do mundo atual.

As letras do segundo álbum, no entanto, merecem destaque e têm uma certa amarração. De um tom psicológico mais forte, chegam a lembrar os momentos áureos da banda, em "Awake".

A maioria fala sobre uma garota que tenta dar o máximo de si, mas cai na realidade e sucumbe diante da cobrança externa da família e dos amigos. Outra muito interessante é a de "Solitary Shell", que conta sobre um garoto comum, que cresce saudável, cercado pela família, mas ainda assim sente-se infeliz e isolado do mundo.

Progressivo de verdade

Em conjunto com o tom épico, as letras dão ao segundo álbum uma cara mais progressiva e resgatam a própria origem do Dream Theater. Dá até para arriscar e dizer que ele traz progressivo de verdade, não aquele hard rock obscuro que dominou a banda logo após a saída do tecladista Kevin Moore, em 1994.

Ainda assim, algumas músicas podem agradar no primeiro álbum para quem curtia esse outro lado do Dream Theater. "Misunderstood" e "The Great Debate", por exemplo, têm letras interessantes e mais fortes.

Curiosidade

E só para complementar: quem tem curiosidade sobre o paradeiro do tecladista Kevin Moore, que para muitos era considerado a alma do Dream Theater, pode visitar o site www.chromakey.com.

Moore deixou o Dream Theater em 1994, fez alguns trabalhos paralelos com a banda nova-iorquina Fates Warning, mudou-se para a Costa Rica e agora faz um som mais "viajante" e pop, uma espécie de mistura entre eletrônico e Pink Floyd (?!). Vale a pena conferir.


   
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