Em palestra, autor de "A Batalha do Apocalipse" agradece fãs e debate livro digital

A excitação de quem aguardava a chegada de Eduardo Spohr ao Espaço das Orquídeas era óbvia. O lançamento do livro "A Batalha do Apocalipse", que ocorreu no sábado (21) na 21ª Bienal do Livro de São Paulo, teve os convites esgotadas horas antes e uma fila imensa para autógrafos.

Fernanda Correia

Alexandre Ottoni (esq.), Eduardo Spohr (centro) e Deive pazos (dir.) comentam o sucesso de público de "A Batalha do Apocalipse"

Apresentado ao público como o único brasileiro mais vendido, além de Paulo Coelho, Spohr foi recebido sob aplausos dos fãs que comemoravam o sucesso. "As estrelas são vocês", disse o escritor comentando o feito e agradecendo aos presentes. "O leitor é o meu patrão. Por favor, não me demitam", brincou.

"A Batalha do Apocalipse" foi escrito e apresentado ao grupo de amigos de Eduardo, entre eles Alexandre Ottoni e Deive Pazos.

Os dois, aguardados para o bate-papo na Bienal, são os donos do site Jovem Nerd e comercializaram as impressões independentes do livro pelo selo Nerd Books.

O genro de Rhaíssa Castro, da editora Record, acompanhava o blog e apresentou o volume para a sogra, que levou a proposta para editá-lo.

No início tímidos, o público fez perguntas sobre o livro e brincaram com o escritor. Depois, diversos braços levantados queriam saber a possibilidade de adaptações, continuações e novos livros. A palestra, que durou meia hora além do previsto, culminou com a entrada atrasada de Ottoni e Pazos.

Eduardo explicou que chegou a esboçar uma HQ com a história de seu livro, mas acabou abandonando a ideia. Seus próximos projetos incluem um prólogo, ainda não trabalhado, contando da criação à queda dos anjos.

O trio comentou sobre uma possível parceria entre a Nerdbooks e o selo Verus, que publica Sphor atualmente. Com continuações do título de estreia e um livro de humor para o público do site sendo finalizados, eles já estão conversando sobre as possibilidades de publicarem diretamente com o grupo Record.

A recepção positiva de "A Batalha do Apocalipse" também foi colocada em pauta. "Toda crítica é bem vinda. O que não dá é critica de quem não leu o livro, só a sinopse", comentou Eduardo. Seus amigos disseram que não se surpreendem com o sucesso, por isso acreditaram no trabalho desde o início.

Perguntado sobre pirataria, Spohr disse não saber como agir caso encontrasse uma cópia digital do livro. "O cara que escanear 600 páginas precisa de uma namorada", brincou. Ele aproveitou a deixa e comentou sobre livros digitais.

"Kindle é o novo videolaser. Ano que vem já está obsoleto", disse. Segundo o escritor o livro virtual é muito "capenga", precisa de um diferencial como animações, som e interação. "Seria legal clicar no nome do personagem e ter a ficha completa dele, por exemplo."

O próximo passo é o lançamento internacional. Spohr deve participar da Feira de Frankfurt, um dos maiores encontros de negócios do ramo editorial, neste segundo semestre. "Estamos preparando o material para apresentar. Para este ano é difícil, quem sabe no próximo", disse sobre uma possível tradução.