Home >
Em cima da hora >
Futebol
Brasil perde jogo, calma e invencibilidade
17/09/2000 - 07h50
da Folha de S.Paulo
O Brasil abusou do preciosismo e da falta de objetividade e perdeu para a África do Sul por 3 a 1, em Brisane, pela segunda rodada do torneio masculino de futebol de Sydney.
O time sub-23 de Wanderley Luxemburgo, que havia vencido a Eslováquia por 3 a 1 na estréia, teve frustrado seu plano de mostrar um "futebol bonito", perdeu a calma e uma invencibilidade de 17 jogos.
Agora, o Brasil precisa de uma vitória simples contra o Japão, na próxima quarta-feira, para garantir uma vaga nas quartas-de-final e continuar vivo na briga pela inédita medalha de ouro olímpica.
Se empatarem com o Japão, os brasileiros precisarão torcer por uma derrota da África do Sul frente à Eslováquia. Uma nova derrota elimina o Brasil.
O Japão, que venceu a Eslováquia por 2 a 1, lidera a chave, com seis pontos.
O jogo começou em alta velocidade, com as duas equipes buscando o ataque e desguarnecendo suas defesas.
A África do Sul, que em sua estréia havia perdido para o Japão por 2 a 1 e precisava do resultado, abriu o placar em seu primeiro chute a gol.
Aos 9min, o meio-campista Fortune cobrou falta com perfeição da entrada da área e acertou o ângulo direito de Hélton, que chegou atrasado.
Os africanos nem tiveram tempo de comemorar. No lance seguinte, Fábio Aurélio arrancou em velocidade pela esquerda e cruzou para a área. O meia-atacante Edu, a principal figura do time de Luxemburgo, cabeceou forte, no chão e fez seu segundo gol no torneio olímpico.
Aos 13min, os sul-africanos reclaram pênalti. Pule recebeu a bola dentro daárea, dividiu com Hélton e bateu para o gol. Fábio Bilica tirou com o braço, mas o juiz não marcou a penalidade.
Um minuto depois, o mesmo Fábio Bilica quase virou para o Brasil, após cobrança de escanteio. Na confusão dentro da área, o zagueiro chutou forte, mas a bola desviou na zaga da África do Sul.
O Brasil, melhor em campo, abusava dos lances de efeito e perdia um gol atrás do outro. Ronaldinho, que teve atuação apagada no jogo contra a Eslováquia, colocou Alex duas vezes na cara do gol, mas o meia brasileiro desperdiçou.
No fim da primeira etapa, ex-meia do Palmeiras recebeu lançamento de Edu e marcou, mas o juiz anulou o lance alegando impedimento.
No segundo tempo, os times diminuíram o ritmo.
O Brasil, pouco criativo na etapa final, não conseguia envolver a defesa rival. O técnico Wanderley Luxemburgo, então, mexeu no time. Colocou o volante Mozart no lugar de Giovanni, e avançou Edu para o ataque.
A mudança não deu o resultado esperado, tanto que a primeirachance real de gol aconteceu apenas aos 18min. Edu recebeu lançamento de Ronaldinho e, na dividida com o goleiro Baron, tocou a bola para fora.
Aos 27min, a África voltou à frente no placar. Lekoelea fez cruzamento da esquerda, a zaga brasileira falhou, e Nonvethe cabeceou livre para fazer o segundo gol dos sul-africanos.
No minuto seguinte, ao gol, Luxemburgo voltou atrás em sua alteração. Tirou um volante _Marcos paulo_ e colocou o atacante Lucas. Menos de cinco minutos depois pôs Roger, mais um atacante, no lugar de Baiano.
Nervoso, o Brasil continuou sem poder ofensivo e abriu espaço para os contra-ataques africanos.
Aos 45min, os africanos, aproveitaram uma falha de Fábio Bilica e fecharam o placar, com Lekoelea, que aproveitou rebote de Hélton.
BRASIL Hélton; Baiano (Roger), Fábio Bilica, Álvaro e Fábio Aurélio; Marcos Paulo (Lucas), Fabiano, Edu e Alex; Ronaldinho e Geovanni (Mozart) Técnico: Wanderley Luxemburgo
ÁFRICA DO SUL Baron; Fabian McCarthy, Kannemeyer, Booth e Pule (Lekoelea); Fortune, Nteo, Mokoena e Buckley; Nhleko (Nonvethe, depois Matsau) e Benedict McCarthy Técnico: Ephraim Mashaba
Local: Brisbane Cricket Ground, em Brisbane Juiz: Bruce Grimshaw (NZL) Cartão amarelo: Edu (B) Gols: Fortune, aos 9min, e Edu, aos 10min do primeiro tempo; Nonvethe, aos 27min, e Lekoelea, aos 45min do segundo tempo
|
|
|