Reuters
16/10/2002 - 11h34

Saudita financiou grupo islâmico indonésio, diz especialista

da Reuters, em Cingapura

Um saudita não-identificado ajudou financeiramente a entidade islâmica indonésia Jemaah Islamiyah [grupo extremista islâmico que mantém ligações em outros países do Sudeste Asiático e relações com a rede terrorista Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden] a comprar explosivos que podem ter sido usados nos recentes atentados de Bali, disse um especialista na rede Al Qaeda hoje.

A informação sobre o financiamento saudita teria sido passada às autoridades norte-americanas por um kuaitiano que militava na Al Qaeda, Omar Al Faruq, preso desde junho, segundo Rohan Gunaratna, autor do livro "Dentro da Al Qaeda: Rede Mundial de Terrorismo".



Segundo o escritor, que teve acesso aos relatórios dos interrogatórios feitos pelos EUA, o dinheiro foi enviado à Jemaah Islamiyah no começo deste ano. O jornal "Financial Times" disse que a quantia foi de US$ 74 mil.

Gunaratna disse que os explosivos foram vendidos ilegalmente por militares da Indonésia, país onde Al Faruq foi preso.

Em Bali, o chefe de polícia Budi Setyawan não quis confirmar ou negar uma reportagem do jornal "The Washington Post", segundo a qual um militar da Força Aérea indonésia teria confessado ser o fabricante das bombas que mataram 181 pessoas no sábado (12).

O grupo Jemaah Islamiyah, vinculado à Al Qaeda (a rede de Osama bin Laden), é o principal suspeito pelos atentados, os mais graves desde os ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.

As primeiras indicações no local das explosões mostraram traços do explosivo militar C4, o mesmo usado pela Al Qaeda no atentado ao navio militar norte-americano USS Cole, há dois anos, no Iêmen.

Gunaratna disse que os explosivos comprados pela Jemaah Islamiah foram embarcados para a ilha de Ambon, local de grande tensão religiosa entre muçulmanos e cristãos nos últimos anos. Lá, a carga foi dividida entre vários grupos radicais.

Num sinal de que os grupos islâmicos podem estar na defensiva, a entidade Laskar Jihad, que combate os cristãos nas ilhas Molucas (da qual Ambon é a maior), anunciou ontem que encerrou suas atividades de guerrilha.

  •  Saiba mais sobre o grupo oposicionista indonésio Jemaah Islamiyah


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