Reuters
22/11/2002 - 10h13

Língua francesa salva Otan de embaraço diplomático

da Reuters, em Praga

O francês pode estar perdendo terreno para o inglês na disputa pelo título de língua da diplomacia, mas mostrou-se útil na cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), hoje, para esnobar o presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, acusado de contrabandear armas para o Iraque.

Kuchma apareceu em Praga (capital tcheca), onde acontece a cúpula da aliança militar ocidental, apesar dos avisos claros para que se mantivesse afastado do evento. O dirigente ucraniano participou até mesmo de um jantar de gala que contou com o presidente dos EUA, George W. Bush, entre os convidados.

Mas, ao usar os nomes em francês dos 46 países membros do Conselho de Parceria Euro-Atlântico (EAPC), e dispondo-os alfabeticamente, o líder da Ucrânia ("Ukraine", em inglês) ficou distante dos dirigentes do Reino Unido ("United Kingdom") e dos EUA ("United States").

Kuchma acabou se sentando do lado do presidente da Turquia, a sete cadeiras do primeiro-ministro Tony Blair, do "Royaume-Uni", e a mais de 30 de Bush, dos "États-Unis", nomes em francês dos países anglófonos.

"Essa é a primeira vez que vejo, em um encontro como esse, a disposição em ordem alfabética segundo os nomes em francês dos países", afirmou uma autoridade da Otan. O francês e o inglês são as duas línguas oficiais da aliança ocidental.

"Esse foi um truque muito bem bolado. O importante é que ele (Kuchma) não se sentará ao lado do Reino Unido nem dos EUA", disse um outro diplomata. "Não queríamos provocar escândalo nem parecer grosseiros, mas queríamos que ele ficasse consciente de nossa posição."

A Otan disse a Kuchma que ele não seria bem-vindo no encontro. O governo norte-americano disse recentemente acreditar que o dirigente ucraniano aprovou a venda de um radar de vigilância para o Iraque.

O presidente ucraniano negou as acusações.

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